Ela usa óculos escuros redondos e duas pistolas. Aventurou-se em dezenas de países em busca de tesouros escondidos. Conheça a primeira aventura de Lara Croft nos quadrinhos em: Saga da Máscara da Medusa
Me lembro de tentar sobreviver em uma caverna evitando ursos e morcegos no início de Tomb Raider (1996), por meio do computador de um amigo. Depois, consegui o mesmo game para Playstation, onde zerei todas as sequências na época dos 32-bits. Os jogos da franquia marcaram uma geração.
O que muitos talvez não saibam – ou não lembrem – é que Lara Croft, a protagonista deles, figurou em diversas histórias em quadrinhos no selo Top Cow da Image. Uma se destacou: Tomb Raider: Saga da Máscara da Medusa. O primeiro volume da aventura foi o gibi mais vendido dos Estados Unidos em 1999.
A série, que durou 50 edições, traz aquela Lara Croft raiz que ficou no imaginário de muitas crianças e jovens dos anos 1990. Descobridora de antiguidades perdidas, aventureira, especialista em história e extremamente habilidosa com saltos e duas pistolas. Ela usava óculos de sol redondos e somava inteligência, habilidade e riqueza.
No Brasil, em 2000, saiu um encadernado pela editora Devir contendo as revistas Tomb Raider do número #1 ao #4. O roteiro é do experiente Dan Jurgens. A arte de Andy Park se encaixa perfeitamente na personagem e as cores de Jonathan Smith, além de competentes, nos levam de forma incrível ao ambiente aventureiro de Lara Croft. A história também saiu em formatinho pela editora Abril em quatro volumes.
D’Arseine e Lara Croft fecham negócio para encontrar a Máscara da Medusa
Qual é a trama de Tomb Raider: Saga da Máscara da Medusa
Paris D’Arseine, um velho conhecido e suspeito negociador de artefatos raros, contrata Lara Croft para trazer a Máscara da Medusa. Segundo a lenda, ela “foi criada há séculos, um amalgama de ouro e feitiçaria, usado pela própria Medusa.” Quem a detiver, além de provar a existência do antigo mito grego, ganharia grandes poderes ao utilizá-la.
A máscara foi vista pela última vez em uma embarcação que cruzava o Oceano Atlântico, em 1505. O galeão, que afundou após uma violenta tempestade a caminho das Américas, havia sido recentemente encontrado fora de sua rota. D’Arseine passa as coordenadas para Croft iniciar as investigações.
A aventureira, com o apoio de seu mordomo, Hartford Compton, mergulha na área dos destroços do galeão espanhol. Neste momento, a trama começa a ganhar contornos de intriga e traição. Lara Croft sofre um ataque e capangas cortam seu tubo de respiração, além de explodirem o iate onde Compton estava.
Lara investiga o galeão espanhol, última morada da máscara
Ao se recuperar, descobre que Compton está vivo e um ex-namorado, Chase Carver, também caçador de antiguidades, deixou pistas de que já tinha passado por ali. A aventura segue com a busca por Carver no Nepal, o reencontro do antigo casal e a procura da Máscara da Medusa. Tudo isso acompanhado de uma perseguição contra Lara Croft, que ficamos nos perguntando se é orquestrada por D’Arseine, Carver, ou outro personagem com segundas intenções.
Vale pontuar que o quadrinho apresenta a importância do mordomo Compton para a família Croft. E não. Se você jogava os primeiros jogos da série e se lembrou do simpático e engraçado mordomo velhinho que ocupava a mansão de Lara, trata-se de outro personagem. Aquele era Winston Smith, de uma família que servia os Croft a gerações e cumpria as funções domésticas.
Já Compton havia servido o exército na Guerra das Malvinas com Lorde Henshingly Croft, pai de Lara. Este mordomo, além de motorista, ocupava o lugar de segurança da família, tendo os salvado algumas vezes. No entanto, há um furo na história. Nos jogos de videogame, a mãe de Lara morre em um acidente e o pai anos depois. No gibi, é contado que a família toda, incluindo o noivo de Lara – com exceção dela –, morrem em um acidente de avião.
Nada que comprometa o roteiro, até porque mesmo a franquia de jogos chegou a alterar a história da personagem com o passar do tempo.
Lara, Carver e a Máscara da Medusa
Vale a pena ler?
Eu diria que, para os fãs de Tomb Raider, é um item obrigatório. Mas, infelizmente, hoje é bastante raro. Como história, a HQ foca na busca pela Máscara da Medusa e na ação. O encontro do artefato e seu rápido desdobramento já é o clímax.
Tomb Raider: Saga da Máscara da Medusa é muito fiel ao game ao passar por diversos países e cenários interessantes, incluindo o Irã, o fundo do Oceano Atlântico, Katmandu, montanhas e cavernas da China. Porém, não há aprofundamento no mito da Medusa ou em outras questões geográficas e históricas, como os primeiros jogos costumavam fazer.
Honestamente, não considerei negativo, em vista de que nem sempre muitas explicações são benéficas para uma obra. Tomb Raider: Saga da Máscara da Medusa vai direto ao que interessa – ação e aventura – e cabe ao leitor pesquisar mais sobre a mitologia grega, caso queira.
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Créditos:
Texto: David Horeglad – @hq_ano1
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse
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