Depois de tantos anos não me esqueço da primeira vez que vi a capa de Horror Show na loja especializada do meu bairro no Rio de Janeiro. Um garoto de 15 anos explorando o profundo mundo do Metal em todas as suas camadas, ainda não sabia ao certo o que lhe aguardava ao romper o lacre daquele disco. Naquela época, em 2002, um ano após o lançamento do álbum (fato que eu não fazia ideia ainda).
Como disse, ainda não conhecia ao certo tudo que tinha por traz desse mundo vasto da música pesada. Eu ainda procurava discos pela capa e precisava de algumas informações do vendedor pra manter meu interesse e tomar a decisão de levar pra casa sem contar que naquela época ainda precisava passar um mês juntando dinheiro pra comprar um.
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Horror Show – Iced Earth
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A capa de Horror Show já falava por si só. A criatura parecendo meu personagem de quadrinhos preferido (Spawn) envolvendo um castelo assombrado, raios, cruzes de covas, com desenhos de Danny Mikki, que era arte finalista das revistas do soldado do inferno e que além de ilustrar a capa foi responsável por retratar os personagens abordados nas músicas por dentro do encarte com ótimos desenhos.
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Jon Schaffer
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A atmosfera do melhor estilo de filmes abordados pelos cinemas (minha opinião), os filmes de Horror e todas as suas camadas, assim como o Metal. Neste caso, temos os monstros mais famosos do cinema e trens fantasmas dos parques de diversões. Lobisomen, Múmia, Monstro do Lago, O Fantasma da Opera, O médico e o monstro, Frankenstein, Damian – o garoto simpático de A profecia- além do Drácula. Ouvir horror show foi uma surpresa alucinante, pois na época não conhecia a banda e além da capa, o nome da banda me agradou bastante.
Iced Earth me remetia a campanhas de RPG e histórias do Conan, mas o som… que puta som! Horror Show é um petardo de puro Power/Thrash Metal que já começa explodindo seus ouvidos com a primeira faixa Wolf. Um álbum de riffs velozes e rasgados do Senhor Jon Schaffer e a poderosa voz de Math Barlow. A cozinha composta por nada mais nada menos que Steve DiGiorgio (Death, Sadus, Testament, Autopsy) e Richard Christy (Death, Control Denied, Burning Inside).
Horror Show é um disco pra se ouvir sem pular uma música. Com destaque para Jack, sim o estripador, a boa balada Ghost of Freedom que foi baseada no filme O Patriota (Mel Gibson) mostrando a ligação de Schaffer com a história americana, no melhor estilo baladas do Iced Earth.
Essa obra de um pouco mais de 60 minutos de duração ainda encontramos um cover de Transylvania do Iron Maiden, mais veloz, pesada e muito precisa.
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Um instrumental muito bem executado pela banda e também servindo de preparação para as três últimas faixas que encerram o disco e já tem Frankenstein com um riff mais cadenciado e ótimas linhas vocais de Barlow.
Até que tudo parece se aquietar com a introdução de Dracula com ótimas linhas melódicas com violão conversando como baixo de DiGiogio, mas aí a grata surpresa, no minuto 1:39, como em uma explosão Barlow e Schaffer mudam todo o destino da música e temos uma Dracula, poderosa e com um refrão bem expressivo até a faixa de encerramento The Phantom Opera Ghost manter o tom semelhante a Dracula com suas linhas de violão na introdução preparando o diálogo entre Cristine (Yunhui Percifield ) e o Fantasma, de forma intensa em todos os aspectos e variações encontradas na música.
Bem, senhoras e senhores, como devem ter percebido, sou suspeito pra falar desse disco, mas mesmo depois de mais de 17 anos ainda é um disco poderoso do Iced Earth que vale muito a pena estar na sua playlist e até na prateleira (para quem ainda gosta de colecionar), é um dos meus clássicos particulares.
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Créditos:
Texto: Rodolfo Costa
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse
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