Dr Stone é uma colaboração entre Riichiro Inagaki nos roteiros e Boichi nos desenhos. Sendo publicada na Weekly Shonen Jump desde março de 2017 até o momento e trazido ao Brasil no final de 2018 pela Panini Mangás.
Mas qual é a história de Dr Stone?
Taiju Oki um jovem de coração enorme e força surreal avisa a seu melhor amigo, Senku Ishigami que vai se declarar para sua amada. Mas esse não é um mangá de amor. Momentos antes da declaração, um misterioso clarão de luz envolve todo o planeta, transformando todos os humanos em pedra.
Taiju passa todo o tempo petrificado pensando em sua amada Yuzuriha e em reencontra-la, até que milagrosamente a rocha se parte e ele desperta. Andando pelos arredores, ele eventualmente encontra Senku, que usando sua genialidade foi capaz de calcular que cerca de 3700 anos se passaram para eles.
Depois de 3700 anos, Senku e Taiju se reencontra no mundo de pedra de Dr Stone
Senku usando sua genialidade é capaz de deduzir a coincidência que o permitiu ser revivido e ao duplicar as condições em Taiju ele encontra o “remédio” que vai trazer a humanidade de volta. Entretanto, ao serem confrontados pelas feras que agora vagam pela paisagem, eles se veem forçados a reviver Tsukasa Shishio, o “primata estudante mais forte”.
Essa é a motivação que move todo uma grande parte dos capítulos iniciais do mangá que culminam nas “Guerras de Pedra”. Senku deseja utilizar seu conhecimento para restaurar todo o planeta, incluindo todas as pessoas, já Tsukasa vê esse acontecimento como uma oportunidade para recriar a humanidade do zero, onde apenas os dignos serão revividos.
No mundo de Dr Stone, Senku se vê frente a frente com os planos de renovação de Tsukasa
Senku se separa de Taiju e Yuzuriha que ficam responsáveis de espionar Tsukasa e se encaminha para onde ele encontra um misterioso povoado de humanos que não foram “despetrificados”. Ao mesmo tempo que tenta desvendar o mistério desses humanos, Senku começa a usar todos os seus conhecimentos para armar o seu denominado “Reino da Ciência” para combater o rival “Reino do Poder”.
Esse é um dos grandes diferenciais do manga. Ao invés de focar em grandes combates com poderes ou até mesmo marciais, o autor opta por colocar o foco na ciência de Senku e seus amigos. Através de algumas liberdades criativas, Senku é capaz de reunir os ingredientes básicos para recriar diversas das tecnologias a que estamos acostumados, ainda que isso pareça um tipo de magia para os humanos que ficaram sem elas durante todos esses anos.
Além de Taiju e Yuzuriha, seus melhores amigos de antes do mundo ser petrificado, Senku rapidamente se aproxima de Chrome, um entusiasta da ciência, que sempre buscou aprender mesmo sem acesso as tecnologias e Kohaku, a mais forte guerreira da vila. Aos poucos, Senku vai conquistando novos aliados, tanto entre os moradores da vila quando entre os humanos revividos.
Novamente, vale ressaltar aqui que algumas liberdades são tomadas, em termos de narrativa, mas é interessante ver como a ciência pode ser uma temática tão interessante. A forma como os humanos da vila são apresentados para tecnologias e elementos que para nós são comuns. Além disso, apesar de não girar em torno exclusivo disso, o mangá conta sim com diversas batalhas interessantes, focando na habilidade humana e uso de armas mais rudimentares, uma vez que não há armas para serem distribuídas aos combatentes.
O conflito ideológico e eventualmente físico entre o Reino da Ciencia e o Reino do Poder envolvem os primeiros arcos do mangá. Eventualmente, o foco de Senku volta-se para o verdadeiro inimigo do Reino da Ciência e de toda a humanidade, a pessoa responsável pela petrificação. E a cada novo desafio, as ideias de Senku se tornam cada vez mais mirabolantes, impressionando não só seus amigos como também o leitor por sua ambição e seu conhecimento cientifico.
Em Dr Stone, Senku funda o Reino da Ciência em busca de restaurar a humanidade
Como nem tudo são flores, um problema que infelizmente ocorre neste mangá (e em muitos outros) é a hipersexualização das mulheres. Com corpos desproporcionais privilegiando seios em todas elas, além das roupas primitivas que acabam sendo sempre curtas demais. No fim isso não acaba sendo um ponto negativo apenas do mangá, mas de quase todas as produções atuais…
Há também uma temporada em anime, da qual falaremos em outra oportunidade. No geral, Dr Stone se diferencia de outros shonen repletos de clichês, além de inserir de maneira genial os conceitos científicos (mas não tentem em casa).
Créditos:
Texto: João Pedro Maia
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse
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