Show realizado no Tork’n’Roll neste domingo, 23 de junho, teve abertura da banda gaúcha Hibria
Zakk Wylde é mais que um músico virtuoso. Dono de uma técnica invejável, suas composições encorpam grandes álbuns do rock, seja quando pertencia a banda do Ozzy, seja em sua Black Label Society.
Desde 2014, Wylde formou a banda tributo ao Black Sabbath, Zakk Sabbath, formada por Rob “Blasko” Nicholson no baixo, Joey Castillo na bateria e com Wylde na guitarra e nos vocais – em que ele registra timbres similares aos do Madman, como homenagem.
Também desde 2014, o festival Best of Blues and Rock já virou sinônimo de apresentações icônicas e de qualidade nas mais diversas localidades e palcos. Neste último domingo, 23 de junho, o local foi o excelente Tork’n’Roll em Curitiba, um reduto da galera do motociclismo que mistura no mesmo ambiente bares, restaurantes e lanchonetes e um belo palco para shows, além do espaço da pista.
A noite começou com a banda gaúcha Hibria – Victor Emeka (Vocais), Abel Camargo (Guitarras), Vicente Telles (Guitarras), Alexandre Panta (Baixo), Otávio Quiroga (Bateria) – experiente banda com mais de 20 anos de estrada, várias formações e uma sonoridade nas veias do Iron Maiden e influências que vão de Joe Satriani e Winery Dogs a Green Day.
HIBRIA NO PALCO DO TORK`N`ROLL EM CURITIBA, NO DOMINGO, 23 DE JUNHO DE 2024.
Trecho de Leading Lady, do Hibria, ao vivo no Tork
Com destaque para a execução da sensacional Leading Lady, confira o setlist do Hibria na íntegra:
- Shoot me Down
- Silent Revenge
- War Cry
- Leading Lady
- Steel Lord on Wheels
- Millennium Quest
- Defying the Rules
- Moving Ground
- Shine
- Tiger Punch
O show de abertura deixou o público curitibano admirado com a qualidade da execução do Hibria, com dobradas das guitarras e baixo executadas com perfeição, assim como fills e quebradas de tempo da bateria.
Com uma introdução em alta temperatura, o público já estava acelerado quando Zakk Sabbath entrou no palco, com Wylde vestindo seu kilt e uma jaqueta de couro da Black Label Society, seguido pelo restante da banda. Com o físico e o visual de um viking, Wylde ainda faz uso de uma plataforma no palco para tocar. A sensação para o público é de estarmos vendo não só um “gigante” da música, mas sim, um gigante de fato. O cara é maior que o palco… em todos os sentidos.
No repertório, somente clássicos do Black Sabbath. Se havia alguém esperando por músicas da fase solo da carreira de Ozzy ou da Black Label Society, não foi (como não deveria ser mesmo) desta vez.
Abrindo com Supernaut, o ZS ditou o ritmo da noite, sem baixar a energia um só momento. A rendição da banda é um misto de homenagem bem feita, seguindo os riffs à exatidão, com uma pegada própria: todas as músicas num ritmo mais acelerado e os solos totalmente insanos. E, claro, com Zakk Wylde “imitando” o timbre vocal de Ozzy Osbourne, o que, por vezes, dá um leve ar de sátira pra coisa toda. Bem no esquema “f*d@-se”, tão característico de Wylde e que todos apreciamos verdadeiramente.
Outro detalhe digno de nota é a química de palco entre Blasko e Wylde: chega a não parecer ensaiada, de tão redondinha que é. A sensação que ficou, durante toda a performance é que ambos, assim como Joey, estava de fato se divertindo muito com tudo aquilo.
Clássico em cima de clássico, é difícil dar algum destaque. Se é que houve algum momento em que a banda esquentou mesmo, talvez tenha sido com Wicked World, seguida por Fairies Wears Boots. Mais além, vieram Children of the Grave e Hand of Doom.
Os poderes de Zakk Wylde: de superforça a rajadas mentais, o cara é praticamente um deus da guitarra.
Conhece alguém que toca com a guitarra nas costas? Confira no vídeo a habilidade de Zakk Wylde com o instrumento!
Aos fãs do mais óbvio do Black Sabbath, talvez tenham faltado os hinos Sabbath Bloody Sabbath, Paranoid e Iron Man. Porém, o set agradou em muito aos fãs mais inveterados da banda – entraram clássicos genuínos que funcionam muito bem ao vivo. Novamente, a sensação mais palpável era a de um grupo de amigos tocando músicas da banda que admiram e todo o público, alguns amigos que estão ali assistindo.
Sem aquela encenação desnecessária do “bis” fake, a banda encerrou a noite direto, tocando as poderosas N.I.B. e War Pigs, mostrando que, a despeito de quem diz que o rock morreu, o heavy metal passa muito bem, obrigado.
Por fim, ao agradecer o público e atirar palhetas para o fãs, Wylde inadvertidamente arremessou seu anel, que escorregou de seu dedo, em direção à plateia. Se para o público a noite não terminou, com o eco das icônicas músicas ali apresentadas, para a equipe de desmontagem a caça ao acessório do guitarrista seguiu até muito depois do palco estar desmontado… a peça ainda não tinha aparecido no momento em que deixei o local.
O Black Sabbath é uma das bandas que inaugurou um gênero, marcou a história e carrega até hoje uma legião de fãs. Por tudo o que pode ser visto em Curitiba neste último domingo, não é exagero dizer que, dificilmente, qualquer outra banda conseguiria fazer jus ao Sabbath quanto Zakk.
Confira o setlist completo:
Supernaut
Snowblind
Under the Sun/Every Day Comes and Goes
Tomorrow’s Dream
Wicked World
Fairies Wear Boots
Into the Void
Children of the Grave
Lord of This World
Hand of Doom
Behind the Wall of Sleep
N.I.B.
War Pigs
Créditos:
Texto: Alexandre Baptista
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse
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