Depois de todas as mudanças promovidas por Jonathan Hickman, chegou a hora de falar sobre o primeiro grande evento que tomou de assalto as páginas dos X-Títulos: X de Espadas.
Continuando sua série de retcons iniciada com Dinastia e Potencias de X, Hickman e seus companheiros dos X-Títulos mergulham ainda mais fundo no passado de Apocalipse e seus recém revelados filhos e esposa, na guerra milenar entre os primeiros mutantes de Okkara e os demônios de Amenth, que causou a separação de Krakoa e Arakko, além da busca de Em Sabah Nur pelos “mais fortes”.
Qual é a trama de X de Espadas
Apocalipse aproveita seu recém estabelecido lugar entre o Conselho que comanda Krakoa e sua posição junto a Excalibur para criar uma maneira de conectar as duas ilhas, através do Outro Mundo, o que aparentemente não cai muito bem com a Majestrix, Opal Luna Saturnine (ou será que não).
Para evitar uma guerra total no Outro Mundo, a governante da cidadela então propõe um torneio entre 10 (cof) campeões de cada lado do conflito, que definirá se as hordas da Aniquilação (não confundir com a Aniquilação de Anihilus) poderão atravessar o outro mundo e subjugar tanto Krakoa quanto a própria terra.
Apocalipse agiu pelas costas do conselho e trouxe uma ligação entre Krakoa e Arakko, causando a liberação das forças de Amenth. Os recém “imortais” mutantes enfrentam seu primeiro grande desafio, uma vez que como testado por um querido personagem, mutantes mortos no Outro Mundo não podem ser restaurados completamente, se tornando basicamente novas pessoas.
Num primeiro momento, observamos como Krakoa reúne seus 10 campeões, e principalmente, como cada um deles obtém a lamina destinada a ser empunhada neste torneio. Alguns como Magik já possuem sua lamina, porem outros como Tempestade e Wolverine precisaram embarcar em jornadas perigosas para obter suas armas.
Debater em profundeza a natureza dos combates seria entregar spoilers da trama, então passaremos para o cerne da questão…
Vale a pena ler X de Espadas?
A fase de Jonathan Hickman, especificamente alguns títulos escritos por seus comparsas como Excalibur de Tini Howard e Carrascos de Gerry Duggan tem empolgado bastante. E X de Espadas enfia uma enorme barreira na continuidade dessas histórias.
X de Espadas é um evento “autocontido”, visto que percorre apenas os X-Títulos sem necessitar da compra de diversos tie-ins. As aspas se referem ao fato de que no fim, a história se passa em impressionantes 22 partes. Você não leu errado, foram 22 edições diferentes para criar a narrativa (5 edições aqui no Brasil publicadas em X-Men (2020) 22 à 26).
Muitos são os defensores das decisões de Hickman, e como sempre, fica aqui meu elogio pela tentativa de fazer algo relativamente novo, ao invés de uma nova Era do Apocalipse e derivados, porém, das 22 edições dedicadas ao evento, poucas se salvam.
Algumas edições do começo, mostrando a tensão pré-torneio e a busca das armas, e principalmente o final, que criam a base para algumas novas direções que os X-Títulos irão tomar.
Mas não há palavras brandas com as quais descrever o torneio em si. Vivemos num mundo onde a expectativa é alta e há uma grande decepção quando ela não é correspondida, imaginem quando as promessas não são cumpridas?
Sem entregar grandes detalhes da trama, os combates do torneio estão longe de serem os grandes embates épicos que nos prometeram, e a saga passa longe de ter uma narrativa coesa e em diversos momentos, chega a ser extremamente maçante.
Outro grande problema, conforme eu já mencionei, é o fato de que todas as demais tramas das outras HQs são pausadas em favor desse arco e em vários momentos é frustrante essa pausa em storylines bem mais interessantes (já outras HQs estão tão capengas que a diferença nem mesmo é perceptível ou em raros casos, há até uma melhora).
No final, a sensação é a mesma de ter acompanhado uma serie de 20 episódios fillers, com os 2 últimos episódios mostrando um pouco de desenvolvimento e com um pós-créditos que estabelece a próxima temporada, no caso, novos títulos mutantes que estreiam na esteira do novo status quo. E ainda assim, algumas coisas só ficarão completamente claras no Baile do Clube do Inferno.
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Avaliação: Péssimo!
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Créditos:
Texto: João Pedro Maia
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse
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