Uma das maiores dificuldades do ser humano é aceitar a mortalidade. Alguns se mostram um pouco mais a vontade com a ideia, se fazendo de fortes, mas quando a corda aperta de verdade, vemos que não é bem assim.
Três Sombras de Cyril Pedrosa é sobre isso, a finitude da vida e a nossa difícil aceitação em relação a isso. Uma história de grande poesia visual e com muitos simbolismos.
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Conheça Três Sombras de Cyril Pedrosa
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Sinopse: Joachim e seus pais levam uma vida tranquila em uma pequena casa no campo. A aparição de três sombras no alto de uma colina, no entanto, corrói a harmonia da vida em família e enche os pais de dúvidas. Seriam viajantes? Por que estão rondando a casa? A cada tentativa de aproximação, as figuras misteriosas desaparecem.
Logo, eles percebem que as sombras estão ali para buscar Joachim. Recusando-se a aceitar esse fato, o pai foge com o filho em uma viagem febril e desesperada, sempre com as sinistras sombras em seu encalço. Joachim deixa assim seu mundo idílico pela primeira vez para viajar por terras hostis em um navio precário, onde conhecerá um mundo cercado de adultos trapaceiros e imorais.
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Escrita e desenhada pelo francês Cyril Pedrosa, a história se inicia de forma quase infantil, com Joachim levando uma vida simples e tranquila com seus pais, que vivem em sua casa num bosque. Conforme a história avança, a partir da chegada das Três Sombras, vemos a narrativa se tornar cada vez mais sombria.
Joachim que levava uma vida simples e feliz com seus pais, é então apresentado ao mundo e sua maldade durante a jornada guiada por seu pai para escapar das Três Sombras. Aqui fica o maior mérito do autor, que consegue contar uma história que pode ser lida por adultos ou crianças de mais idade, pois a maneira como Pedrosa expõe o mundo vai ser entendida de diferentes formas, porém com o mesmo fim, por ambos os públicos.
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Pedrosa declarou na época do lançamento que a história é baseada em fatos que aconteceram com um casal de amigos. Essa informação acaba agregando um pequeno peso a trama, pois ao saber disso algumas metáforas passam a fazer um pouco mais de sentido e me fez ter uma conexão emocional maior com a obra.
A arte é bela e simples, tem um casamento perfeito com a história. Essa simplicidade é atrativa para o público mais infantil e mesmo assim muito rica em detalhes. À primeira vista, algumas cenas com mais ação parecem confusas, mas ao olharmos com mais atenção, é notável a riqueza na arte.
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Apesar de ser uma ótima leitura, a parte final de Três Sombras de Cyril Pedrosa me tirou um pouco da história. O autor a partir de determinado momento, embarcou em uma viagem mais fantasiosa, pesando a mão em metáforas, com uma abordagem quase psicodélica.
Nesses momentos, aonde a história se encaminha para seu desfecho, eu que estava absorto na experiência, acabei sendo um pouco jogado para fora. A narrativa é bem-feita, mas me passou uma sensação destoante.
A meu ver, não era necessário pesar tanto a mão em uma narrativa mais onírica, o que inclusive me passou uma sensação de salto na história, aonde logo após esses momentos, temos o desfecho que encerra de forma digna e emocionante a hq.
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Eu encaro Três Sombras de Cyril Pedrosa como uma fábula sensível sobre o inexorável destino de todos nós e como é difícil lidar com isso quando confrontamos a ideia da mortalidade. Uma história que emociona, mesmo que ao final eu tenho me sentido tirado da história nos momentos mais metafóricos e fantasiosos. Uma leitura especial e que nos faz refletir sobre a vida.
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Créditos:
Texto: Diego Brisse
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse
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