Terra à Deriva – O Ultimato

Em 19 de Jun de 2019 • 5 minutos de leitura
Terra à Deriva (Liu lang di qiu)
Ano: 2019 Distribuição: Netflix
Estreia: 30 de Abril

Direção: Frant Gwo

Roteiro: Gong Geer, Junce Ye, Yan Dongxu, Frant Gwo, Yang Zhixue (roteiro); Cixin Liu, Ruchang Ye (história)

Duração: 125 Minutos  

Elenco: Jing Wu, Chuxiao Qu, Guangjie Li

Sinopse: “No ano de 2500, a Terra passa por um difícil período de sobrevivência enquanto o sol fica cada vez mais perto de seu desaparecimento completo. Para tentar salvar a raça humana, um destemido grupo de jovens enfrenta o desafio de reestabelecer a ordem e embarca em uma viagem para fora do nosso sistema solar.”

 

 

[tabby title=”Alexandre Baptista”]

Terra à Deriva é uma agradável surpresa para os assinantes da Netflix no Brasil

Filme de Frant Gwo esteve em cartaz nos cinemas chineses até o mês passado

por Alexandre Baptista

 

Bilheteria não é sinônimo de qualidade. Se você acha que sim, deve achar também que um Corolla – o carro mais popular do mundo – é muito melhor que uma Ferrari, certo?

Bilheteria é indicativo da popularidade de um filme; da força que a distribuidora por trás dele possui (a quantidade de salas em que um filme é oferecido, ajuda muito a faturar mais e mais rápido); e até do custo dos ingressos (quando Avatar estreou em 2009, inovando na tecnologia, era o único filme 3D em cartaz e os ingressos para essas sessões, como sabemos, seguem sendo mais caras que as 2D até hoje).

No entanto, a bilheteria não deixa de ser um indicador importante de ser acompanhado.

Foi por esse motivo que acabei conhecendo Terra à Deriva (Liu lang di qiu, 2019), filme baseado no livro The Wandering Earth (2000) de Liu Cixin (autor também de O Problema dos Três Corpos, 2010). Confesso que já tinha ouvido falar nos livros de Cixin, mas era completamente ignorante a respeito das adaptações cinematográficas. O longa de Gwo é a maior bilheteria da China em 2019, superando inclusive Vingadores: Ultimato (Avengers: Endgame, 2019).

Se por um lado o longa, infelizmente, não estreará no Brasil nas telonas, por outro lado, felizmente, ele já está em cartaz na Netflix. E vale a pena para os fãs de ficção científica.

A história é bastante exagerada nesse sentido… mas acredito ser justamente esse tipo de premissa que atiça a curiosidade dos fãs de sci-fi. Nela, a Terra vive um período em que o Sol começou sua expansão e, para que a vida em nosso planeta não acabe, a humanidade se uniu num esforço coletivo de envia-la para outro sistema.

Para isso, é formado o Governo da Terra Unida e motores com milhares de quilômetros são instalados em todos os cantos do mundo para que o planeta seja propelido como uma gigantesca nave espacial.

É nesse contexto que passamos a acompanhar a vida de Liu Qi, um jovem que vive com o avô e a irmã no subsolo terrestre, enquanto seu pai trabalha na estação espacial que coordena a trajetória da Terra.

A história é envolvente – com uma mescla de aventura, ação, uma catástrofe iminente e um pequeno drama familiar entre o garoto e seu pai  – o que já garante a maior parte de um filme. No entanto, alguns elementos são esperados e de fato acontecem. Apesar do mote ser bastante original, já vimos arcos de personagens parecidos em filmes como Independence Day (1996), Armagedom (Armageddon, 1998), O Dia Depois de Amanhã (The Day After Tomorrow, 2004) e outros de tema ligeiramente similar.

A trama poderia ter caminhado mais para as relações humanas e sociais e menos para a catástrofe e as ações heróicas em impedir o fim do mundo… mas paciência.

O elenco, composto por famosos atores e atrizes chinesas, é totalmente desconhecido por mim. Entregam atuações plausíveis e convincentes e, se algum estranhamento ocorre, é mais pela diferença cultural que a atuação em si.

A computação gráfica é bastante razoável e funciona bem na maior parte do filme; possui alguns defeitinhos, mas quem bateu palmas para a batalha final de Pantera Negra (Black Panther, 2018) está proibido de comentar.

A trilha sonora de Roc Chen é bastante genérica para filmes de ficção científica e ação. Funciona bem, mas não possui nenhum elemento marcante ou especial.

Por fim, uma pequena coisa me incomodou no filme – que a todo momento é sério e equilibrado. Numa determinada cena, um personagem coadjuvante assume o holofote e começa a coordenar uma determinada investida do grupo. Há ali uma tentativa de humor que, além de não ter o efeito esperado – pelo menos numa plateia ocidental – é uma quebra tão grande de ritmo e de característica dentro do filme que parece que alguém mudou de canal e estamos vendo alguma outra coisa… “alguém põe de volta no filme que eu tava assistindo, por favor?”.

Ainda assim, Terra à Deriva é uma ótima diversão descompromissada, com aquela característica que buscamos na pipoca. Algo popular, com um sabor interessante, mas sem a excelente qualidade nutricional de uma refeição. Uma distração, um algo a se fazer, mas que não deixa um gosto ruim na boca.

 

 

Avaliação: Bom

 

 

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Trailer

 

Terra à Deriva está disponível na Netflix!

 

Sugestão de Leitura:

 

 

 


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