9 anos após o início do atual universo de séries da DC na CW com a estreia de Arrow, e com uma decadência constante na qualidade das produções desse universo, Superman and Lois chega na contramão, entregando algo que podemos classificar como um dos melhores materiais do azulão.
Superman and Lois – 1ª Temporada – O Ultimato
Antes de entrarmos a fundo na história da temporada, e todas as suas referências ao universo do personagem nos quadrinhos e até em outras mídias, precisamos deixar alguns pontos bem claros para todos os curiosos que acessaram essa crítica.
Eu sou um grande fã do Superman, daqueles que choram até hoje ao assistir o clássico filme de 1978 com Christopher Reeve, e que acompanha o personagem em quadrinhos praticamente desde seu reinício pelas mãos de John Byrne após Crise nas Infinitas Terras.
Sim, também sou um grande fã de Man of Steel, mas dessa vez estou falando do filme de 2013, dirigido por Zack Snyder e que muita gente tem grandes ressalvas (E eu concordo com muitas delas), entretanto acho um filmaço.
E sabem qual o principal trunfo de Superman and Lois? Corresponder às expectativas de quem gosta do personagem, e respeitar os mais de 80 anos de história e legado do Super Homem
A série se passa em algum momento do Arrowverse/CWverse, e começa com Clark Kent sendo demitido do Planeta Diário por causa de uma espécie de contenção de gastos. Com a morte da já bem idosa, Martha Kent, ele e Lois herdam o rancho Kent e resolvem se mudar para lá com seus dois filhos adolescentes, Jonathan e Jordan Kent.
Os gêmeos trazem uma dinâmica interessante para as histórias de Lois e Clark, lembrando bastante a dinâmica do arco de Superman Renascimento, de Peter J. Tomasi. Como é ser o Superman e cuidar de uma família com dois adolescentes? Como a Lois Lane consegue ser uma repórter de renome internacional, ser mãe, e esposa?
E não ache que só de drama vive a série, por mais emocional e passional que seja o texto, a ação e os momentos Superman estão ali, num crescente que almeja construir um final de temporada épico e que conseguiu me fazer pular da cadeira com as sequências de ação.
A direção fez o dever de casa, e todos os diretores que passaram pela série entregaram muito! As coreografias, a fotografia, e até mesmo a direção de arte tem uma grande inspiração em Man of Steel e mesmo Batman v Superman nos momentos de ação. Porém, nas cenas dramáticas e emocionais, você sente como se estivesse assistindo This is Us (Incluindo as lágrimas).
Muito do que digo aqui também é mérito dos atores. Tyler Hoechlin entrega um Superman que é imponente e adorável ao mesmo tempo, e um Clark Kent humano e sensível. Bitsie Tulloch faz na minha humilde opinião a melhor Lois Lane que vimos em tela desde Margot Kidder, que inclusive é sua grande inspiração para a personagem.
Os adolescentes vividos por Alex Garfin e Jordan Elsass, entregam veracidade mesmo naquelas típicas cenas de dramalhão adolescente, e mesmo nos momentos mais superficiais, é a interação entre eles que faz com que a gente aceite os exageros clássicos de adolescentes americanos.
Os coadjuvantes fazem bem os seus papéis. Inclusive, tem personagens que eu não gostava no início da temporada, mas que foram ganhando espaço na trama e minha aceitação antes do fim.
Mesmo os vilões, que no começo são definidos como Morgan Edge e um “Estranho” com uma armadura capaz de enfrentar o Superman. Conseguem antagonizar não só o azulão, mas também Lois Lane, e servem como tração para a trama andar.
Há também muitas surpresas vindo dos quadrinhos, como membros da Intergangue, personagens de Smallville ou do Planeta Diário sendo citados ou aparecendo em algum episódio, referências de roteiro aos quadrinhos como Retorno do Superman, Novo Krypton, Legado das Estrelas e claro, Superman Renascimento que citei ali em cima.
Não só os quadrinhos são referenciados, como até a animação dos anos 40 dos estúdios Fleischer tem seu papel na construção desse Superman.
O fim da temporada deixou um belo gancho para a próxima, e promete movimentar ainda mais a relação dos personagens.
Superman & Lois mostra que ainda há muito fôlego para as séries da CW, e entrega uma das melhores adaptações do Superman para as telas. O formato de menos episódios funciona muito melhor que aqueles 20 e tantos com vilão da semana. O alto investimento em efeitos especiais também é um diferencial, e contrasta bastante com a qualidade medíocre que as outras séries do canal têm entregado.
O tema do Superman é bem bonito, e mesmo que não seja do mesmo nível de John Williams e Hans Zimmer, ele foi crescendo em mim no decorrer da temporada, e quando usam ele bem, principalmente no episódio 12 e no último episódio, não tem como não se emocionar.
Esse episódio 12 inclusive é sensacional, ele faz questão de te contar a história daquele Superman, desde a chegada da Kal El, até o nascimento dos gêmeos, e é uma das coisas mais bonitas que já vi fazerem com o personagem. Há um respeito enorme por tudo que ele representa, uma sensibilidade tremenda.
Se você é fã do azulão, essa série é obrigatória! Se não for, tenho certeza que vai sorrir, chorar, e se emocionar bastante com tudo o que a série entrega.
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Avaliação: Excelente!
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Créditos:
Texto: Bruno Sena
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse
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