Super Seven – Baú de HQs

Em 3 de Dez de 2019 • 4 minutos de leitura

por Alexandre Baptista

Hoje no Baú de HQs, vamos falar sobre Super Seven, aventura de uma Liga da Justiça de um futuro distópico que já foi abordada em um dos vídeos do Sobrecapa.

Essa aventura do universo Elseworlds da DC Comics foi criada por Karl Kesel, na época escritor regular do título Superboy e do artista Brock L. Hor.

Se você não lembrou de Hor é porque ele realmente só fez essa aventura pra DC e nada mais. A editora tinha esse costume de deixar jovens talentos, iniciantes, cuidarem dos títulos anuais e paralelos da empresa, o que tinha um lado muito bom – abrir portas para desconhecidos que poderiam se tornar grandes artistas – e um lado um tanto ruim, que era deixar grandes conceitos e ideias com uma cara ruim e mal-feita e “estragar” HQs que poderiam ser clássicos instantâneos.

O traço não é tão ruim… eu, por exemplo, não faço melhor.

Seja como for, Super Seven foi publicada em duas partes originalmente, Super Seven, Part One: The Longest Night na revista Adventures of Superman Annual Vol. 1 #6 e Super Seven, Part Two: Men of Steel na Superboy Annual Vol. 4 #1, em agosto e dezembro de 1994 respectivamente. No Brasil, foi publicada na revista Superboy #5 e #6 de abril e maio de 1995 e, provavelmente, em função de sua questionável arte, nunca foi republicada.

Como muitos já sabem, o selo Elseworlds batizado de Túnel do Tempo por aqui, trazia aventuras de versões alternativas dos personagens que conhecemos.

Neste caso, o planeta Terra foi invadido em algum ponto do século XX pelos Malazza-Rem, alienígenas extremamente poderosos da chamada Horda. Com sua vitória, é decretado que 1.000 humanos serão mortos cada vez que um meta-humano for avistado, o que incita os super-heróis remanescentes ao anonimato e exílio.

No entanto, uma “aliança rebelde” capitaneada por Jimmy Olsen e Lana Lang segue resistindo contra os invasores e buscando heróis que estejam dispostos a um ataque final na tentativa de libertar a humanidade das garras desse “império galáctico”.

Com elementos que lembram em muito grandes clássicos da ficção científica e da aventura, a história tem momentos incríveis. Todo o ambiente de resistência humana contra um poder supremo imposto pela Horda lembra obviamente os motes da franquia Star Wars (1977 – atual); a formação do grupo de elite, basicamente uma Liga da Justiça distópica, segue à risca o clássico do cinema Os Sete Samurais (Shichinin no Samurai, 1954) de Akira Kurosawa e Sete Homens e Um Destino (The Magnificent Seven, 1960) de John Sturges.

E mais: espere por um Lex Luthor “T-800”, aos moldes da franquia O Exterminador do Futuro (Terminator, 1984 – atual), um Batman totalmente Mad Max (1979 – atual), e um Superman que certamente inspirou o Neo de Matrix (The Matrix, 1999) anos depois.

Metallex do Futuro!

Testemunhar a trajetória de derrota, fragilidade e humilhação de heróis que, no cânone regular temos como invencíveis, faz com que essa história de superação, resistência e busca por liberdade e honra seja simplesmente épica.

Bat Max e a Cúpula do Hordão: será que o Max é mais louco que o Batman?

Alianças improváveis em função de um objetivo comum, decisões de bastidores para se contornar a crença das grandes massas e o poder dos ícones e mitos na frágil crença da população subjugada e miserável são paralelos metafóricos com diversos momentos históricos celebrados no mundo.

Sem sombra de dúvidas, um dos melhores argumentos de Karl Kesel e um clássico subestimado – infelizmente – em função de uma arte iniciante.

É sinceramente uma pena que a maioria dos leitores não consiga se desvencilhar do aspecto visual para apreciar completamente a potência deste roteiro; e ao que parece, os editores e gerentes também não.

Um exemplo é a capa de Mike Mignola para a primeira parte da história… imaginam a aventura toda com o traço dele? Eu sim!

Por fim, fica meu convite: apesar da arte sofrível, arrisquem e leiam; me agradeçam depois.

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