Saiba mais sobre a HQ Shazam A Origem do Capitão Marvel que, nos anos 90, trazia a origem do personagem no Pós-Zero Hora
Com a chegada do filme do Capitão Marvel Shazam aos cinemas na próxima quinta, 04 de abril, decidimos trazer para vocês um pouquinho dessa edição especial lançada em dezembro de 1996 pela Editora Abril.
Com capa em couché e papel jornal no miolo, a edição é um acinte aos lombadeiros acumuladores colecionadores atuais: a definição de “luxo” da Editora Abril era o simples fato da HQ possuir lombada quadrada.
Shazam A Origem do Capitão Marvel (The Power of Shazam!) foi uma graphic novel escrita e ilustrada por Jerry Ordway. Um de seus grandes destaques era que Ordway usou a técnica de pintura a óleo em todos os quadros da HQ, dando um aspecto clássico à graphic novel e sendo uma bela homenagem às origens históricas do personagem.
A Trama de Shazam A Origem do Capitão Marvel
A HQ funcionava como nova origem do Capitão após a maxi-saga Zero Hora – que apesar de não fazer um reboot do universo DC, buscava “alinhar” e alterar aspectos significativos de alguns personagens, sendo o Capitão Fraldinha um deles. A mitologia de Billy Batson havia sido trabalhada antes, no Pós-Crise, por Roy e Dann Thomas, e Ordway decidiu não manter quase nada dos dois autores em sua versão.
Nessa versão de 1996, C.C. Batson, sua esposa Marilyn “Lyn” Batson e Theo Adam são três arqueólogos em uma expedição ao Egito patrocinada pelo Sr. Silvana. Ao encontrarem uma tumba com hieróglifos desconhecidos e a inscrição fonética SHAZAM na porta, os exploradores se deparam com uma câmara secreta com vários achados e também um colar de escaravelho que se torna motivo de discórdia entre Adam e os Batson.
Adam acaba assassinando C.C. Batson enquanto Lyn foge para o hotel no Cairo, escondendo o artefato dentro de um tigre de pelúcia de sua filha, Mary Batson. Ao chegar ao hotel, Adam também mata Lyn e, com a chegada da pequena Mary Batson aos aposentos, diz para ela que seus pais haviam ido embora e leva a garota dali.
Tempos depois, conhecemos o jovem Billy Batson, vendendo jornais nas ruas e, quando uma aparição o guia através dos túneis do metrô, o jovem Billy se vê perante o mago Shazam que, compadecido com o destino do garoto – abandonado pelo meio-irmão de seu pai, Ebenezer, que usou da guarda legal de Billy somente para ficar com sua fortuna – e necessitando de um sucessor para impedir uma nova onda de trevas no mundo, decide transmitir seus poderes ao jovem: a sabedoria de Salomão; a força de Hércules; o vigor de Atlas; o poder de Zeus; a coragem de Aquiles e a velocidade de Mercúrio. Para isso, basta que o garoto diga o nome do mago: Shazam!
Enquanto isso, eventos vão sendo alinhados para colocar o Sr. Silvana e seu capanga, Theo Adam, no caminho do recém-surgido Capitão Marvel. No primeiro encontro entre Adam e o Capitão, o vilão reconhece o jovem Billy, agora em um corpo adulto e super-poderoso e, investigando a vida do garoto, encontra o colar de escaravelho que motivou o assassinato dos Batson.
O colar dá poderes a Adam que se transforma no Adão Negro e a HQ então assume um ritmo mais acelerado a partir daí, no estilo tradicional dos anos 90 de pancadaria sem muito motivo e uma conclusão abrupta para o roteiro.
No fim da história, Adão Negro é entregue ao mago; a aparição do metrô se revela sendo o espírito do pai de Billy, C.C. Batson; Sr. Silvana é visto na rua, pedindo esmola, após ir à falência e um gancho para a possível aparição de Seu Malhado (o tigre de pelúcia que ganha vida pelos poderes do Mago) e Mary Marvel (Mary Batson transformada) ficam apenas sugeridos.
A graphic novel Shazam A Origem do Capitão Marvel é divertida e tenta homenagear as origens do personagem: Fawcett City é batizada em homenagem a sua editora original; temos Bettie Page sendo fotografada para sua série clássica de pin-ups nos anos 50 em um easter egg numa das cenas de luta; e motivos Art-Deco em vários cenários da HQ estão presentes.
Shazam A Origem do Capitão Marvel segue a linha que estava na moda naquela época, de contextualizar os personagens com raízes “históricas” próximas “da realidade”, transferindo a origem do mago Shazam para o Egito e fazendo dos pais de Batson arqueólogos. No entanto, ela é bastante datada, com cenas de conflitos totalmente desnecessárias (Theo Adam empurrando Lyn Batson “por nada” e C.C. Batson golpeando Adam por ter sido “mal educado”, por exemplo), além de ser um tanto simplista.
Essa origem é dedicada por Ordway a C.C. Beck, Bill Parker e Otto Binder e foi cânone até a renovação do personagem em Shazam! Com Uma Palavra Mágica… (With One Magic Word Shazam!) dos Novos 52, escrita por Geoff Johns e desenhada por Gary Frank e que, ao que tudo indica, é a base do roteiro do filme que estreia essa semana.
Infelizmente, Shazam A Origem do Capitão Marvel é um clássico apenas por funcionar como memória afetiva e prova documental; um trabalho bem feito mas que reflete demais uma forma de fazer quadrinhos que já não funciona mais.
Avaliação: Bom
Sobre o filme:
Shazam!
Sinopse: Todos temos um super-herói dentro de nós; só é preciso um pouco de magia para que ele ganhe vida. No caso de Billy Batson (Angel), basta gritar uma palavra – SHAZAM! – para que o jovem malandro de 14 anos se transforme no super-herói adulto Shazam (Levi), cortesia de um antigo mago. Um menino em sua essência – dentro de um corpo sarado, como o de um deus – Shazam se esbalda nesta versão adulta dele mesmo fazendo aquilo que qualquer adolescente faria com superpoderes: divertir-se com eles! Ele é capaz de voar? Tem visão de raio-X? Consegue soltar raios pelas mãos? Pode perder a prova de estudos sociais? Shazam começa a testar os limites de suas habilidades com a despreocupação típica de uma criança. Contudo, ele precisará dominar estes poderes rapidamente para lutar contra as forças do mal controladas pelo Dr. Thaddeus Sivana (Strong).
Trailer 2
Teaser
Featurette
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Escrito e editado por Alexandre Baptista. Atualizado em 03 de julho de 2020