Reino do Amanhã (Kingdom Come) foi uma colaboração entre Mark Waid e Alex Ross nos roteiros e com a arte magnífica de Ross, lançada em 1996 pela DC Comis e republicado diversas vezes aqui pela Panini em um encadernado de 336 páginas.
Sinopse: “Em um futuro não muito distante, a Terra se tornou o reino dos super-heróis. Infelizmente para os habitantes não tão poderosos do planeta, estes ‘heróis’ vêm se tornando cada vez mais irresponsáveis e destrutivos, colocando em risco a sobrevivência do mundo inteiro. E para piorar a situação, o único ser que pode devolver o bom-senso a essa raça de novas e irascíveis divindades, o envelhecido Superman, se aposentou e se recolheu há anos. ”
Conheça mais sobre Reino do Amanhã
Ambientada na Terra-22, Reino do Amanhã serviu para demonstrar um dos possíveis futuros para o Universo DC tradicional. Anos após a cronologia com a qual estamos acostumados, a terra se tornou povoada por novos super-seres, com ideologias diferentes dos heróis que conhecemos.
Num determinado ponto da história, o novo herói conhecido como Magog assassina um vilão a sangue frio, sendo absolvido pela população que vê justiça em seus atos. Desolado com o desenrolar dos fatos, Superman decide se isolar do mundo, fazendo com que os novos heróis assumam o vácuo deixado, sendo que com o passar do tempo, as linhas entre heróis e vilões se tornam menos perceptíveis, com a população refém do conflito cada vez mais descontrolado entre os super-seres.
A história é contada através das conversas entre o reverendo Norman McCay e o Espectro, que o recruta para ajudar a julgar o “apocalipse” dos super-humanos. Com isso em vista, a história discute a moralidade das ações dos heróis a todo momento.
O Espectro recruta Norman McCay como sua âncora em Reino do Amanhã
A partir de um incidente que faz com que o Superman retorne à ação, lados são tomados no combate, cada um com sua própria visão de como o conflito deve ser conduzido e do mundo que deve restar após o fim deste. McCay então observa o conflito de heróis ao mesmo tempo que reflete sobre as causas de tudo aquilo e seu próprio papel em tudo isso.
Mais que uma guerra entre heróis, Reino do Amanhã representa uma visão de como seria o “fim” do Universo DC, enquanto diferentes ideologias convergem. A questão moral e o poder de escolha representado em cada um dos personagens: Superman e seu exilio quando o mundo mais precisou; a radicalização da Mulher Maravilha; o desejo de controle do Batman; cada um deles desempenha um importante papel na avaliação de o que o mundo se tornou, assim como outros que não mencionarei para não entregar spoilers da trama (ainda que ela tenha mais de 20 anos).
A armadura da Mulher Maravilha em Reino do Amanhã inspirou até o próximo filme da princesa amazona
Além disso, ao colocar um reverendo como o observador de todas essas ações, um homem de fé que prega a redenção, servindo como observador junto ao Espectro, o espírito da “vingança”, Mark Waid cria contrapontos muito interessantes em seus diálogos, tornando essa uma história muito interessante de se acompanhar. Fora isso, não preciso nem mesmo comentar a arte de Alex Ross, impecável como sempre.
O conjunto final da obra rende uma história incrível com uma interpretação digna dos heróis da DC Comics, se tornando uma obra indispensável para todos aqueles que além de amarem os heróis da editora também buscam por histórias com um fundo extra, com uma mensagem que esteja além das histórias mensais tradicionais.
Fiquem ligados no Ultimato do Bacon para conhecer outras grandes histórias da DC Comics e aproveite para ler nossa matéria sobre Superman Entre a Foice e o Martelo!
Créditos:
Texto: João Maia
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse
Matéria publicada originalmente em 22 de novembro de 2017. Atualizada em 20 de julho de 2020.
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