por Lucas Souza
“The Boys” é um sucesso estrondoso da Amazon Prime. O seriado, que adapta a HQ de Garth Ennis, já é o seriado mais popular no serviço de streaming da gigante Amazon. Contando com apenas oito episódios, a série precisou se esforçar para adaptar boa parte dos arcos das HQ´s em que se baseia e, para fazer isso acontecer, ocorreram mudanças significativas em relação ao material original.
As mudanças, positivas em sua maioria, funcionam bem mas nos deixam com um gostinho de “quero mais” quando pensamos em elementos legais da série que ficaram de fora.
1- Huggie e Annie não sabiam um do outro
Uma das coisas mais legais nas HQ´s é o relacionamento de Huggie e Annie que vai se desenvolvendo sem que um saiba a atividade do outro. Isso permite que Huggie seja mais radical no seu posicionamento anti-supers e nos dá a tensão contínua de imaginar como esse segredo virá à tona. No seriado o relacionamento deles se desenvolve já com Huggie sabendo que Annie é parte dos Sete – o que funciona bem mas tira a tensão que vimos no material original.
2- Os Super Poderes do grupo
Mano a mano com os Supers gera excelentes momentos nas HQ´s. O jogo de “gato e rato” ganha contornos diferentes a partir do momento que o grupo de Huggie pode sair no braço com os super seres. Esse fato acaba gerando mais material violento nas HQ´s e vemos cenas interessantes de confronto (regadas a muito sangue!). Os super poderes do grupo do Carniceiro não apareceram no seriado mas eles conseguiram se virar bem sem eles e se tornaram ainda mais furtivos.
3- O Cachorro Terror
O cachorro do Açougueiro é um dos grandes alívios cômicos nas HQ´s e seu comportamento mal humorado e grosseiro encaixa e complementa bem com seu dono. Suas ações, que vão desde morder partes íntimas até sexo com cachorrinhos de madames, fazem falta mas talvez não encaixem bem em um seriado. Ao menos Terror foi homenageado em um flashback e quando Huggie vê coisas de cachorro no carro do Açougueiro.
4- Organização e Planejamento do grupo
Nas HQ´s os “The Boys” são um grupo mais organizado que possui, de alguma forma, uma missão real de controle de super-humanos. Por mais que o Carniceiro acabe desviando o grupo de seu objetivo primário em alguns momentos (tudo por conta de sua vingança contra o Patriota), vemos o grupo engajado em controlar os super seres. No seriado o grupo está mais para um acidente do que para uma equipe de fato. A falta de planejamento (e de apoio) e o efeito “surpresa” da junção do grupo acabam dando um bom mote e ritmo para o seriado mas a integração entre os personagens fica um pouco menos atrativa do que no material original – talvez pela pouca quantidade de episódios ou pelo fato deles estarem ainda construindo a dinâmica.
5- Outros Supergrupos
A sátira nas HQ´s é grandiosa! Não temos apenas um grupo sendo emulado e a sensação é de que cada um dos grupos e heróis dos quadrinhos está presente na história – o que rende missões e capítulos muito interessantes (alguns inclusive de infiltração no melhor estilo 007). Sem contar que mais personagens dão pano para mais morte e violência e acabam deixando os Sete com um verdadeiro ar de intocáveis. No seriado não temos a sensação de que os personagens do principal mega grupo de heróis são inatingíveis justamente porque a história já começa eliminando um deles e o confronto com os mesmos é constante.
No fim das contas, o saldo de “The Boys” é extremamente positivo e temos que lembrar que qualquer adaptação diverge em alguns pontos do material original. Não ter seguido esses cinco pontos não é nenhum demérito e de alguma forma adiciona uma dinâmica especial e única ao seriado. Mas que teria sido legal ver esses pontos inseridos no seriado, isso seria! Quem sabe em uma segunda temporada?
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