O Mecanismo – 2a temporada | |
Ano: 2019 | Distribuição: Netflix |
Estreia: 10 de Maio |
Direção: José Padilha, Marcos Prado, Daniel Rezende, Felipe Prado Roteiro: Elena Soárez |
Duração: 50 Minutos / episódio |
Elenco: Selton Mello, Caroline Abras, Enrique Díaz, Antonio Saboia, Jonathan Haagensen |
Sinopse: “Marco Ruffo (Selton Mello), um delegado aposentado da Polícia Federal, e Verena Cardoni (Carol Abras), sua aprendiz, acabam envolvidos em uma das maiores investigações de desvio e lavagem de dinheiro da história do Brasil.”
[tabby title=”Júlio Ribeiro”]
No dia 10 de maio (sem muito alarde) a Netflix liberou a segunda temporada da série O Mecanismo, dirigida e idealizada por José Padilha (Tropa de Elite, 2007). A série continua praticamente do mesmo ponto de onde a 1ª temporada acabou, aparentemente apenas alguns dias ou no máximo algumas semanas se passaram.
A primeira temporada teve um foco bem grande nas empreiteiras, no chamado Clube dos 13 e principalmente no PT (chamado na primeira temporada de PO). Agora a segunda temporada tenta ser mais imparcial entre as ideologias de esquerda e direita, mostrando que isso pouco importa e acaba dando atacando o PMDB, chamado de base de apoio para toda a corrupção existente no país.
Obviamente, a série se apoia em eventos reais. Mas sempre deixa claro que, para efeitos dramáticos e facilidades narrativas, vários pontos da história foram alterados, como pessoas e eventos. Isso é algo melhor organizado na primeira temporada.
Nesta temporada, diversas vezes temos a sensação que a história está muito apressada. Por exemplo, desde o momento em que o ex-presidente João Higino é levado para depor perante o Ministério Público e a Policia Federal (ou Policia Federativa) em condução coercitiva até o anúncio da posse do ex-presidente João Higino como ministro da Casa Civil pela Presidente Janete Ruscov, chegando ao impeachment da Presidente, a sensação que a série nos passa é de que tudo isso aconteceu em um final de semana. E todos nós sabemos claramente que não foi bem assim.
A missão da 2ª temporada é muito mais complicada: se na 1ª temporada conhecemos a origem da Lava Jato, a 2ª acaba tendo um tom de documentário em alguns episódios, nos mostrando eventos que tiveram grande destaque na mídia nacional. Isso de certa forma acaba prejudicando a narrativa, já que sabemos de fato o "final" da história; a temporada já nasce velha.
A história é apressada, mas dessa vez o trabalho de imparcialidade foi muito bem feito e as atuações continuam excelentes, principalmente Enrique Diaz como Roberto Ibrahim e Carol Abras como Delegada Verena Cardoni. Os demais atores cumprem bem seu papel, alguns inclusive com atuações bem caricatas como Sura Beroitchevsky no papel da Presidente Janete Ruscov e Arthur Khol no papel do ex-presidente João Higino.
O ponto negativo na minha opinião, que acaba tendo um destaque negativo é o ator Jonathan Haggensen que interpreta o Policial Vander. Não sei se posso culpar somente o ator também; em algum momento, os criadores perderam um ótimo gancho para explorar no desenvolvimento de seu personagem: como policial, ele se mostrava claramente incomodado com o que estavam fazendo com o ex-presidente João Higino. No entanto, esse plot acaba desaparecendo no episódio seguinte.
Aguardo uma 3ª temporada (ainda não foi confirmada) pois história, sabemos que temos. Para o bem da série, infelizmente, não acredito que Selton Mello deva retornar como Marco Ruffo mesmo esse sendo um dos menores problemas.
Avaliação: Bom
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Trailer
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