por Lucas Souza
“Todo personagem pode se tornar interessante na mão dos autores certos”. Essa afirmativa, não sei ao certo seu criador, nunca foi tão verdadeira. Sempre considerei o personagem Daniel Rand e seu alter ego Punho de Ferro… Chatos. O personagem sempre funcionou melhor, na minha opinião, em histórias onde ele é secundário ou divide o protagonismo com outros heróis. Seja com Luke Cage ou com os Vingadores, seu status de personagem secundário era o máximo que essa “história doida de cidade mística” conseguia chegar pra mim. E aí vem a tal frase de criador desconhecido e mostra o contrário.
O Imortal Punho de Ferro foi uma série de 27 edições que começou em 2007. A série, que reformulou e melhorou muita coisa da mitologia do personagem, foi escrita por Ed Brubacker e Matt Fraction até a edição #16 e depois foi assumida, quase que em todas as 11 edições subsequentes, por Duane Swierczynski. A série foi publicada no Brasil pela Panini em 5 encadernados do Imortal Punho de Ferro: A Última História do Punho de Ferro, As Sete Cidades Celestiais, O Livro do Punho de Ferro, Mortal e Fuga da Oitava Cidade.
Punho de Ferro em sua melhor fase: histórias relevantes e “sem enrolação”
A série tenta estabelecer o Punho de Ferro como uma grande lenda e um grande herói desde a sua primeira página. Mas ela não faz isso com eventos absurdos que servem para enaltecer o personagem título. Ela faz isso com LEGADO. As primeiras páginas da história, e isso é uma constante em toda a série, brincam com a origem e vida dos antigos Punho de Ferro. Ora, o que engrandece mais um personagem do que mostrar que o manto dele foi usado em diversas eras por outros nobres escolhidos? Isso nos faz entender ainda mais a pressão que Daniel Rand sofre de Kun Lun por ser um Punho de Ferro estrangeiro.
A temática legado e erros do passado são os fios condutores da série. Entender a vida dos outros Punho de Ferro, descobrir novas formas de usar o Chi e outros desafios se apresentam para o portador do título atual. O interessante é que a história, que está sempre em movimento, não tenta em momento nenhum “encher linguiça” para durar mais do que deve. Tudo é fluído e cada página faz a história andar em um ritmo constante e, por muitas vezes, frenético. A mitologia de Kun Lun ganha demais com as histórias e só posso comparar essas adições ao que Geoff Johns faz em sua fase em Lanterna Verde. Novos elementos surgem e são utilizados como temas centrais até hoje.
Punho de Ferro e as outras “Armas Mortais”: As Sete Cidades Celestiais Ganham destaque
Chama a atenção como a série não erra na introdução de novos elementos. Sejam aliados ou vilões, os personagens possuem carisma e gostar deles nos faz ter aquela sensação de perigo constante – sabemos que o Punho de Ferro não vai morrer, mas tudo pode acontecer com personagens secundários carismáticos. Isso torna a história ainda mais viciante! Daniel Rand também não é endeusado: seus erros são ressaltados e a todo tempo ele é lembrado de que não é Imortal como seu título sugere. Aliás, ele é levado ao limite o tempo inteiro e temos a sensação de que o próprio personagem acha que “não merece estar ali”.
No final das contas, só resta bater palmas! A equipe criativa foi presenteada com um personagem super subestimado e soube trabalhar o mesmo de forma brilhante. Novos elementos e personagens foram inseridos sem deixar de lado os parceiros habituais e, isso talvez seja o mais difícil, bons vilões e ameaças contundentes (nada de plano de Cebolinha) permeiam as páginas do título. Essa é daquelas leituras que deixa um gosto de “quero mais” quando acaba.
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