Depois de (estragar) passar pelo Homem de Ferro e (destruir) o Quarteto Fantástico, Dan Slott retorna ao universo do teioso para sugar mais um pouco de uma de suas poucas boas ideias em Fim do Aranhaverso.
Quando lançado em 2014, o Aranhaverso original foi uma verdadeira febre e obviamente, no melhor estilo das “big two”, esse conceito foi explorado a exaustão (estou falando dos quadrinhos, não do filme) e depois do Aranhageddon, é hora de dizer adeus (ou provavelmente até logo).
O Fim do Aranhaverso foi um evento mais contido em relação aos seus antecessores, contando apenas com as edições #1-7 do Homem Aranha vol. 4 e 5 edições de Edge of Spiderverse vol. 2, que apresenta algumas das novas adições ao crescente multiverso aracnídeo.
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Qual é a trama do Fim do Aranhaverso?
Depois que Christos Gage trouxe os Herdeiros para um round 2, Slott resolve inovar e trazer uma nova ameaça para encerrar o Aranhaverso. Bem, nova ameaça em partes. Slott resgata do limbo Shatra, surgida em Amazing Spider Man vol 2 #46 de Straczynski e Romita Jr.
Aqui, somos reapresentados a ela: oriunda do mundo 001, ela é a filha de Oshtur e Gaia, a deusa das vespas encarregada de criar o mapa celestial da humanidade, o qual ela batizou de “Grande Ninho”. Sua irmã mais jovem Neith, a deusa das aranhas, apresentou a “Grande Teia” (aquela mesma que a Madame Teia vive citando) e foi então que surgiram as aranhas que a guardariam (até os Herdeiros tomarem-na).
Quando a Anna May em sua tarefa de reparar a teia da vida sem querer a liberta, ela passa a consistentemente atacar a transformar os diversos aranhas através do multiverso para se tornarem parte de seu enxame, até que ela finalmente se sente confortável o bastante para se mover contra o escolhido: Peter Parker e seus aliados da terra 616.
Ao contrário das sagas anteriores onde Peter e seus amigos precisavam fugir dos Herdeiros, aqui ele está desesperadamente necessitado de novos aliados, uma vez que todos os rostos que estamos acostumados a ver ao lado dos mocinhos estão sob o controle de Shatra, tornando o inimigo não apenas mais poderoso, mas também vastamente mais numeroso. É aqui que entram os novos personagens criados para a saga.
E além do Tiranossauro Rex Aranha, a empolgação da saga não vai muito além disso. É basicamente uma terceira rodada do aranhaverso que conhecemos.
Para evitar spoilers, vou me reservar a dizer que há algumas reviravoltas da trama para tentar trazer um ar de novidade, porém, ainda que sirvam bem ao contexto geral, para os fãs do Aranha elas apenas acrescentam ao grande número de histórias que só arrastam o personagem da lama (sério, que saudades de uma troca de corpos).
Entre altos e baixos, as sete edições mantem o ritmo de travessuras multiversais num ritmo um pouco menos frenético que as anteriores, focando mais nos aranhas que nos universos. E grande parte do mérito da saga vem justamente dessas novas e diferentes versões do nosso aracnídeo favorito. Além do já mencionado dinoAranha, temos também a Aranha Princesa da Disney com sua cantoria e aranha companheira (afinal, uma princesa precisa de seu animalzinho de estimação mesmo nos quadrinhos).
Ao final, entre idas e vindas e algumas reviravoltas, a trama consegue entregar um final razoavelmente satisfatório, apenas porque apela para o velho sentimentalismo que envolve o Homem Aranha, e considerando o que a mensal principal tem nos entregado, uma boa dose do velho Peter as vezes pode ser boa para manter a esperança.
Considerando que a saga é bem mais limitada que as anteriores e já está presente no mix mensal do Homem Aranha, não envolvendo nenhum gasto extra para quem já está desperdiçando dinheiro com o run atual, pegue seu lança teia e mergulhe de cabeça nessa última etapa da saga que mudou o conceito das aventuras do Aranha e abriu caminho para as versões mais loucas do herói aracnídeo.
Avaliação: Regular!
Créditos:
Texto: João Pedro Maia – JP
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse
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