Em Mayara e Annabelle de Pablo Casado e Talles Rodrigues somos apresentados a uma realidade paralela em que o Brasil lida rotineiramente com ameaças do mundo sobrenatural. Para lidar com essas ameaças, cada estado conta com a sua própria SECAFC – Secretaria de Controle de Atividades Fora do Comum.
Nossa história começa da SECAFC – SP, quando Mayara é repreendida por sugerir a existência de uma conspiração dentro da própria secretaria, e acaba sendo transferida para a pacata SECAFC – CE, onde conhece Annabelle.
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A trama de Mayara e Annabelle de Pablo Casado e Talles Rodrigues
Mayara é uma ninja que utiliza seu treinamento e uma katana para enfrentar os demônios e aparições. Seu trabalho exemplar na secretaria em São Paulo e sua amizade com seu chefe lhe garantem que apesar da insubordinação de acusar um superior, ao invés de ser expulsa (ou até mesmo coisa pior), ela seja transferida para uma outra filial da secretaria, a do Ceará.
É no Ceará que ela é forçada a se acostumar com a extrovertidíssima Annabelle, uma maga que utiliza feitiços para combater as criaturas sobrenaturais.
É o contraste entre a séria e diligente Mayara com a despreocupada Annabelle que cria a dinâmica de comedia que estamos muito acostumados a ver em comedias policiais (como Jake e Amy em Brooklyn 99 e diversos dos filmes de “buddy cop”).
A vida de Annabelle definitivamente era mais fácil antes da chegada de Mayara. A SECAFC-CE mal conta com dois funcionários (sendo a maga a única “agente de campo”), uma sala pequena e equipamento ultrapassado, e relativamente casos pequenos.
Porém, aqui não vale aquele velho ditado “fora da vista, fora do coração”, e mesmo que Mayara tenha sido afastada de São Paulo, sua insolência e o fato de que chegou tão perto da verdade lhe garantiram um alvo bem grande em suas costas para que ela fosse eliminada o quanto antes.
Conforme as desventuras aproximam as duas mulheres, elas aprendem um pouco mais sobre cada uma delas. Annabelle descobre o que levou Mayara a ser transferida e a conspiração que ela investigava, enquanto a ninja descobre que nem tudo é o que parece no pacato estado do Ceará.
Conforme as peças se movimentam para a eliminação de Mayara, acordos antigos estabelecidos no Ceará são quebrados, iniciando uma guerra interna entre as famílias de demônios (que se organizam como um tipo de máfia a lá Poderoso Chefão), o que faz com que Annabelle e sua nova parceira se veja pegas no centro de um conflito maior do que esperavam enquanto suas vidas se tornam, com o perdão do trocadilho, um inferno.
Vale a pena ler Mayara e Annabelle?
A história de Mayara e Annabelle começou nos financiamentos coletivos do Catarse, até que chamaram a atenção da Conrad, que lançou os capítulos de forma digital e agora em dois volumes definitivos que compilam não apenas a história original completa, como também alguns extras.
Em se tratando de uma história nacional, muito do humor é mais próximo daquele que estamos acostumados a ver no dia a dia. Annabelle é uma funcionária pública que adora um happy hour no bar, como diversos de nós. As duas são jovens e por isso usam de uma linguagem que as identifica como tal (principalmente nossa querida maga).
Além disso, o estilo artístico escolhido para os desenhos e cores é um grande acerto para a trama, evocando a memória de um Scott Pilgrim (confira a matéria completa clicando aqui!), colaborando ainda mais com o clima de humor e ação da HQ.
Ainda que o clímax da história esteja contido no segundo volume, há ação o bastante no primeiro para que ele não fique muito atrás em quesito de qualidade e crie empolgação o bastante para ansiarmos pelo segundo. Definitivamente uma história que vale a pena para quem curte HQs brazucas!
Avaliação: Bom!
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Créditos:
Texto: JP Maia
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse
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