Homem de Ferro – Extremis | |
Ano: 2015 | Editora: Panini |
Páginas: 252 | Autor: Warren Ellis
Arte: Adi Granov |
Sinopse: “O renomado escritor Warren Ellis junta forças com o aclamado ilustrador Adi Granov para redefinir o mundo do vingador blindado do século 21 — um cenário de aterradoras novas tecnologias que ameaçam sobrepujar a frágil humanidade! O que é Extremis, quem o liberou e o que seu surgimento representa ao mundo? ”
[tabby title=”Ramon Sanches”]
Primeiro arco do 4° volume de “O Invencível Homem de Ferro” compondo as edições de 1 a 6, Extremis, teve a tarefa de ser o reboot da casa das ideias para o personagem após os eventos de “Vingadores: A queda”.
Escolhido para o roteiro, o britânico Warren Ellis, aclamado por séries como The Authority e Transmetropolitan, faz dupla com o ilustrador bósnio Adi Granov que assina a excelente arte do material.
E já que entramos no assunto, o trabalho de Granov merece grande destaque por aqui. Dos detalhes extremamente realistas aos enquadramentos, passando pelas cenas de ação quase desfocadas ao fundo trazendo atenção total para a ação principal, o artista mostra todo seu talento nos presenteando com sua habilidade. Nada escapa ao semi-realismo de Granov, sangue, rugas, sombras, expressões e detalhes. Tudo homenageado metodicamente pelo artista.
O roteiro conta a trama de um suposto roubo a uma conceituada empresa de biotecnologia que acabara de fabricar um novo supersoro com propriedades peculiares. Propriedades essas, que acabam despertando o interesse de um grupo extremista, culminando no crime propriamente dito. Nessa pegada, somos apresentados ao vilão da história, que até cumpre bem o seu papel porém com um argumento já utilizado por diversos outros antagonistas, perde um pouco sua função, passando a ser apenas mais um instrumento das já conhecidas críticas socioculturais de Ellis. No entanto, isso não chega a ser um ponto negativo uma vez que utilizado na dose certa, o vilão é um bom plano de fundo para o prato principal da trama, que é a abordagem ao conflito interno do próprio Stark tocando na sombra que mais o tortura, o fato de parte de seu império ter sido construído sob o lucro de vendas de armas para guerras. Sangue por dinheiro. Ao abordar um tema tão realista e complicado, Warren Ellis expõe e coloca em julgamento o nosso herói, onde o próprio Tony é o juiz, parcial e antipático a sua pessoa, nos forçando a reflexão sobre até onde certos fins justificam os meios tomando como base, os diversos investimentos feitos pelas Indústrias Stark, no avanço da ciência, tecnologias e cura de doenças.
Através de flashbacks, Warren nos mostra sua visão da gênese do Homem de Ferro, com respeito e adcionando elementos do passado que enriquecem ainda mais a trama. Um desses elementos inclusive, é fundamental, para a apoteose heróica de Stark, sendo peça chave para um evento importante que muda o “status quo” do personagem.
Sem desperdício de diálogos e com uma boa dose de ação, Extremis é um tecnosuspense muito fluído e prazeroso de se ler. A boa combinação Ellis/Granov é excelente, roteiro e arte se completam em todos os quadros, o argumento é plausível e o tato com que Ellis discorre tanto sobre os conflitos internos de Tony, quanto sua defasagem tecnológica, garantem sim, uma ótima diversão.
Avaliação: Ótimo!
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