Um confronto multiversal envolvendo uma das Terras mais controversas da Editora das Lendas acontece na HQ Guerra pela Terra 3. A obra, que é um grande evento e envolve as revistas de Flash, Academia dos Jovens Titãs e Esquadrão Suicida, conta com diversos roteiristas: Robbie Thompson, Dennis Hopeless, Steve Pugh e Tom Derenick. No time de desenhistas temos nomes como Will Conrad, Jesús Merino e Steve Pugh abrilhantando as páginas.
A HQ Guerra pela Terra 3 foi lançada no Brasil em um encadernado capa cartão pela Panini Comics em 2022 e o formato é excelente: reúne não só a minissérie original mas os tie-ins – o que proporciona uma ótima experiência de leitura – ponto para a editora!
Se você quer se aventurar nessa guerra multiversal, seria interessante ler antes: O Esquadrão Suicida de Robbie Thompson, Academia dos Jovens Titãs de Tim Sheridan e Sindicato do Crime de Andy Schmidt. Existem pequenas menções a outras fases (como do Flash e do Shazam) mas não é nada que tenha importância na história.
Muita pancadaria espera o leitor nas páginas de Guerra pela Terra 3 da DC Comics
A trama da HQ Guerra pela Terra 3 da DC Comics
Amanda Waller enlouqueceu – é isso que os leitores da fase do Esquadrão Suicida de Robbie Thompson estão pensando. A personagem simplesmente abandonou todos os seus pudores (que já eram poucos) e abraçou um lado tão extremo que a colocou em rota de colisão com Rick Flag – que chega a montar um segundo esquadrão para lidar com a personagem. Isso é importante porque é nesse ponto que a narrativa começa.
A líder do Esquadrão Suicida decidiu invadir e tomar a Terra 3 – o lar do Sindicato do Crime liderado pelo Ultraman. A narrativa, que começa como um confronto entre o grupo de Waller e o Sindicato, logo recebe a participação do Esquadrão de Flag e por conta da necessidade de objetos poderosos do Multiverso DC (como a esteira cósmica) acaba envolvendo também o Flash (Wally West) e a Academia Titã.
Wally West se envolve no confronto provocado por Amanda Waller em Guerra pela Terra 3 da DC Comics
A história é “puro suco de HQs de super-herói”. As páginas são recheadas de cenas de ação e confrontos entre personagens de multiversos diferentes – o que deixa a narrativa toda com um ritmo insano que faz com que o leitor devore as mais de 250 páginas do encadernado com facilidade.
Por outro lado, a trama precisava – na minha visão – de uma ótima explicação sobre as intenções de Waller para funcionar de verdade. E isso não acontece.. Quando a personagem se explica, o que leitor recebe é uma informação vaga que dá a sensação de que ela sabe algo sobre o futuro da Terra 0 (a “Terra Titular” que acompanhamos) e só – honestamente, esperava uma explanação com mais detalhes…
Outro ponto falho da narrativa é o desenvolvimento de alguns personagens. Rick Flag, Besouro Bisonho e o Coruja são tão mal desenvolvidos que chegam a atrapalhar a leitura.
Não sei se isso foi excesso de acontecimentos ou falha dos roteiristas mesmo – fato é que os personagens soam bobos e mal resolvidos em diversos momentos e isso nos tira um pouco da tensão que a história se propõe a trazer.
Ultraman é a grande ameaça da HQ Guerra pela Terra 3 da DC Comics
Depois de falarmos dos defeitos, é importante falarmos do que a HQ traz de bom! Ultraman é colocado como a grande ameaça da história e ele funciona bem na maior parte do tempo. Os confrontos entre os times e personagens também são cheios de surpresas e prendem bastante a atenção do leitor.
Os heróis que são envolvidos sem saber de nada – como é o caso do Flash – funcionam bem e caem no dilema: ajudar vilões, desconhecidos ou o Sindicato do Crime? O próprio corredor Escarlate enfrenta essa questão ao ser confrontado por um membro de sua galeria de vilões e um membro do Sindicato. O clima leve e aventuresco com pitadas de tensão também funciona bem.
Apesar de trazer uma ação desenfreada, Guerra pela Terra 3 da DC Comics não me agradou tanto por conta de seu final confuso, pouco conclusivo e levemente contraditório. As intenções de Waller não ficam claras (sim, isso me incomodou bastante!), Flag é visto com desconfiança por alguns companheiros (de um jeito bem forçado) e os heróis que se envolvem com o problema simplesmente retornam para suas vidas como se nada tivesse acontecido. A narrativa prometia muito – as HQs do Sindicato, do Esquadrão e da Academia de Titãs apontavam bastante para o evento – e entrega apenas um “bom quebra pau”.
Se você é um leitor em busca de histórias de super-heróis com um pouco mais de sustância, debates e explicações, a HQ pode não ser uma boa indicação. Mas se você está naquela vibe de narrativas mais divertidas e cheias de “massaveismo”, a obra tem tudo para te agradar!
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Avaliação: Bom!
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Créditos:
Texto: Lucas Souza
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse
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