Conheça Rien, herdeira do herói mais popular dos X-Men em: A Filha de Wolverine
Em que personagem você pensa quando falamos na filha de Wolverine? Provavelmente Laura Kinney – ou X-23 –, o carismático clone do Carcaju que, no filme Logan (2017), foi transformado pelo roteirista, de fato, em filha.
Nos quadrinhos, enquanto não há dúvidas de que a X-23 é um clone, Wolverine descobre uma filha de sangue que até pouco tempo atrás ele não conhecia – e não estamos falando em multiverso! –. O nome dela é Rien e toda a história de seu surgimento, além dos porquês do desconhecimento de Logan a seu respeito, são contados em A Filha de Wolverine (2020).
A versão encadernada da Panini, 124 páginas, reúne a sequência completa, publicada em “Marvel Comics Presents” de #1 a #9 nos Estados Unidos em 2019. Vale pontuar que essa revista trazia diversas histórias curtas e fechadas dos personagens da Marvel. No caso em tela, os nove volumes que contam como Wolverine e sua filha foram intitulados originalmente de A Vigília. O motivo você descobre a seguir.
Para o instinto apurado do Carcaju, Rien é sua filha
A trama de A Filha de Wolverine
Começamos no norte da França, Segunda Guerra Mundial, década de 1940. Wolverine, ainda apenas Logan, escondido e parte do exército do Canadá pelos Aliados, assiste soldados nazistas ameaçarem matar a filha de Marie D’Arqueness caso ela não traga a “nova arma” para seus líderes.
“Verdade”, a tal arma, uma vez evocada, mata todos, menos Marie e a filha pequena, Sylvie. Eis que surge Logan, e a feiticeira pede ao herói para segurar o demônio enquanto ela realiza um feitiço de banimento. Não fosse o ferimento e morte da mulher, tudo teria dado certo.
Marie, antes de falecer, explica que a besta nunca morre e retornará em 10 anos para espalhar sua “verdade” pelo mundo, sempre no lugar mais terrível da Terra. Caberia a ele ajudar Sylvie, no futuro, a banir o Verdade novamente.
Daí pulamos para a década de 1950. Jeans, camiseta branca, óculos escuro e casaco de couro. Logan pilota uma moto estilo Harley-Davidson nas estradas do Kansas quando, todo caracterizado, é teletransportado para a bacia do rio Yang-Tsé, na China, onde uma enchente matou mais de 200 mil pessoas.
Logan e Sylvie passam a enfrentar Verdade a cada 10 anos
Era um chamado de Sylvie D’Arqueness, agora mais velha e herdeira da responsabilidade de expulsar Verdade da Terra antes que ele causasse problemas. Com maior ou menor dificuldade, o objetivo vai sendo sempre alcançado e, nessa, vamos acompanhando o avançar das décadas e todo o desenvolvimento do personagem que já conhecemos.
Logan entra para os X-Men, torna-se Wolverine. Aciona o Doutor Estranho para obter auxílio mas, por conta de certa “ética” entre feiticeiros, o Mestre das Artes Místicas prefere não se envolver no assunto dos D’Arqueness.
Não precisa ser mago para perceber que as idas e vindas de Logan e Sylvie, todo o mistério que um apresentava ao outro, geraria um romance. Wolverine, no entanto, pouco sabe dela e, quando decide procurar a família D’Arqueness na França, é informado de que não precisará se preocupar com Verdade nunca mais. Nem com Sylvie.
Em um ataque ao Verdade na ilha caribenha de Montserrat, desta vez junto dos X-Men – agora, Talismã ajuda a localizar a besta –, o grupo falha. Finalmente, surge a personagem loira mais esperada da HQ: Rien, ainda de nome desconhecido. É ela que, com muita habilidade e garras iguais às que Logan tinha antes da injeção de adamantium, salva o mundo e os super-heróis.
Nem os X-Men são páreos para o demônio Verdade
O extinto apurado de Wolverine indica que Rien é sua filha, mas ela decreta: “essa batalha não é mais sua.” Será Rien realmente filha de Logan? Teria ela surgido do amor com Sylvie? Onde elas estão? Há mais coisas por trás desta história do que podemos imaginar.
Wolverine vai em busca da verdade e da heroína que ele tem a certeza de ser sua filha, mas há pouco nem sabia da existência. E claro, além do drama familiar, existe a pedra no sapato chamada de Verdade, cada vez mais experiente e desafiador.
Vale a pena ler?
Charles Soule, o roteirista, soube justificar muito bem porquê nem nós (leitores da Marvel) nem o próprio Wolverine sabíamos do nascimento de sua filha Rien. Embora não seja uma história muito longa, o conflito criado na mente da protagonista é ótimo. Afinal, ela tem um único objetivo de vida: expulsar eternamente o Verdade. Onde há tempo para a família, para o pai e para todo o resto? Onde há espaço para o amor?
Será Rien, mesmo, a filha perdida de Logan?
E a dúvida principal. Rien é mesmo filha do Carcaju? Se sim, por onde esteve? Entre tantas questões, mais uma informação intrigante para despertar sua curiosidade: rien, em francês, significa “nada”.
Vale dizer que nenhuma pergunta fica aberta e nenhuma ponta solta em A Filha de Wolverine. O final é digno das HQs do Doutor Estranho, com ida às profundezas do inferno e tudo!
Os desenhos ficam por conta dos brasileiros Paulo Siqueira e Diógenes Neves. A arte, como um todo, é bem harmoniosa, mas com um pouco de atenção é possível distinguir o estilo dos dois, Siqueira caminhando mais próximo do realismo que o companheiro. As cores são de Frank D’ Armata, marcando bem a região do mundo e momento de cada cena. Todos muito competentes.
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Avaliação: Ótimo!
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Créditos:
Texto: David Horeglad – @hq_ano1
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse
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