Nos anos 90, quando eu ainda era criança, esperava ansiosamente as manhãs de sábado para assistir a programação do SBT. Um dos desenhos, ou anime, que mais marcaram essa fase para mim foi Street Fighter II: Victory.
Saiba mais sobre Street Fighter II: Victory
A série foi parar na programação do SBT para substituir um outro anime baseado no jogo, Street Fighter Game, que havia sofrido atrasos na finalização e para compensar a Capcom liberou Street Fighter II: Victory. Vale lembrar que esse anime foi lançado após o filme de 1994, Street Fighter – A Batalha Final que tinha Jean-Claude Van Damme interpretando Guile, escolha que acabou colocando o que seriam os personagens principais do jogo, Ken e Ryu, como simples coadjuvantes. Apesar da crítica não ter gostado do filme, que de fato é bem ruim, ele não fez feio nas bilheterias e faturou quase 100 milhões de dólares, o que para um filme que custou 35 milhões de dólares e foi duramente criticado, foi bom até demais! O “sucesso” do filme foi o que possibilitou a produção dessas animações.
Ken e Ryu: Uma jornada inesperada…
No anime, Ryu e Ken viajam pelo mundo para encontrar lutadores de artes marciais e testar suas habilidades ou como dizia o próprio anime (pelo menos na versão SBT), indo ao encontro do mais forte. Ao longo dos episódios eles encontram diversos personagens clássicos do jogo e acabam se deparando com a Ashura, organização criminosa subordinada a Shadaloo, que é liderada por Bison. O que mais me surpreendeu na época foi o tom menos infantil, com temas até bem intensos como tráfico de drogas e tal. O anime começa até de uma forma bem comum, valorizando mais as lutas, porém ao longo dos 29 episódios, a trama foi ficando mais complexa e pesada.
Chun-Li enfenta Bison em um dos momentos mais tenso do anime
Não preciso nem dizer que as lutas são sensacionais. A jornada de Ken e Ryu se torna mais do que uma busca por lutadores para testar habilidades em artes marciais, e eles acabam em uma jornada de auto conhecimento e aprendizado, algo que foi muito bem explorado no episódio 11, quando eles encontram Dhalsim que os chama de feras e se nega a ensinar o Hadouken, que segundo Dhalsim “não combina com aqueles com espírito combativo”. No episódio 12 a dupla entra na Caverna do Demônio e ao enfrentar oponentes quase invencíveis, entendem a diferença entre feras em busca de combate e lutadores honrados. Dali em diante começa a se desenrolar a busca de Ryu pelo domínio do Hadouken e o embate com a Shadaloo.
Ryu treina para dominar o Hadouko
Mesmo sendo um anime dos anos 90, Street Fighter II: Victory não é datado e segue como um dos melhores animes já feitos. Com apenas 29 episódio, é fácil de maratonar tanto pela dinâmica acelerada dos episódios como pela excelente qualidade da trama e desenvolvimento dos personagens. Já deu até vontade de maratonar mais uma vez e reviver aquela emoção…
OBS: Não posso deixar de citar o excelente longa de animação Street Fighter II: O Filme, que chegou aos cinemas brasileiros em 1996 consegue superar a animação Street Fighter II: Victory, com um visual mais aprimorado, coreografias de luta fantásticas e um enredo excelente. Mais adulto que a série, o filme chegou a ter diferentes versões, com algumas cenas censuradas para atingir um público maior no cinema.
Street Fighter II: Victory está disponível na Netflix
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Créditos:
Texto: Diego Brisse
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse
Texto publicado originalmente em 11 de janeiro de 2019. Atualizado em 09 de abril de 2020.
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