Se você gosta de uma boa história noir recheada de ação e de personagens memoráveis, a série Morgan Lost de Claudio Chiaverotti é uma ótima opção. A série se passa nos anos 50 em uma cidade de um mundo alternativo onde as coisas aconteceram de maneira “levemente” diferente do que aconteceram aqui. E, como diz a teoria do “efeito borboleta”, essas pequenas diferenças iniciais criaram um mundo totalmente novo!
Morgan Lost de Claudio Chiaverotti começou a ser publicado pela Bonelli Editore em 2017. A obra começou a ser lançada no Brasil pela Editora 85 em 2020.
As histórias, como já é de praxe na maioria das séries da editora italiana, são auto contidas e por mais que tenhamos um plot maior se desenvolvendo as tramas se concluem de maneira satisfatória!
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As páginas de Morgan Lost apresentam a arte em preto e branco com tons de vermelho
A trama de Morgan Lost de Claudio Chiaverotti
O ano é 1950 mas o mundo da série de Claudio Chiaverotti é bem diferente do nosso – mais tecnologia e mais caos. A trama se passa na cidade fictícia de Nova Heliópolis e nela os humanos trabalham 14 horas por dia – o que gera um isolamento natural entre as pessoas.
Um detalhe importante é que nessa realidade existem caçadores de serial killers – esses assassinos são uma praga que vitimam os cidadãos e mesmo assim são tratados como “celebridades”. A justificativa do autor para termos tantos serial killers na mesma cidade convence e serve de motor para a trama!
É nesse cenário que entra nosso protagonista, o caçador de assassinos seriais chamado Morgan Lost. O personagem era proprietário de um cinema que passava filmes antigos e estava prestes a se casar quando caiu nas mãos do Finker Dead, um serial killer que idolatra Seth e mata em sua honra.Lisbeth, a futura esposa de Morgan Lost, morre e ele acaba escapando por conta da ação da polícia.
É esse evento, explorado de maneira inteligente na 1ª edição, que faz o protagonista se tornar um caçador. Um detalhe interessante: a “máscara” que ele usa é na verdade uma tatuagem feita por Finker Dead, que tatua o “olhar de Seth” em suas vítimas.
A arquitetura de Nova Heliópolis apresenta elementos antigos e clássicos mesclados de forma muito interessante
Por mais que o protagonista da história seja interessante e carismático (e tenha problemas psicológicos graves por conta de seu passado), quem rouba a cena mesmo são os coadjuvantes que mais parecem vilões “surtados” saídos das melhores histórias do Batman.
Todos eles tem um passado e um “motivo” interessante e seus confrontos com Morgan Lost normalmente envolvem ação e muita perseguição em ótimas caçadas.
Vale destacar o mais perigoso de todos, Wallendream. O personagem quebra todos os perfis psicológicos de um assassino e é praticamente imparável.
Sua história é muito bem construída na 2ª edição nacional de Morgan Lost e vemos que ele tem uma obsessão com a Doutora Stillman, uma especialista em serial killers que ajuda o protagonista em suas caçadas.
Obs. A série é bem violenta e vemos temáticas como abuso, estupro e morte serem tratadas de forma corriqueira e recorrente.
Serial killers aparecem constantemente no fumetto Morgan Lost de Claudio Chiaverotti
Morgan Lost de Claudio Chiaverotti é uma série muito competente que pega elementos que os leitores estão acostumados a ver e os mescla de forma bem diferente do habitual. As tramas, de maneira geral, funcionam e o recurso de utilizar apenas a cor vermelha tem justificativa e acaba dando a HQ um visual ainda mais único.
Uma boa pedida para os que querem ler algo diferente dentro do universo noir, com o grande benefício de trazer arcos fechados e completos. Um grande acerto da editora 85!
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Créditos:
Texto: Lucas Souza
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse
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