Por Lucas Souza
Existem iniciativas que deixam a gente com água na boca! É exatamente o caso de “Cinema Purgatório”. Capitaneada por Alan Moore, a HQ conta ainda com grandes nomes como Garth Ennis, Maxx Brooks, Christos Gage e Kieron Gillen dentre outros. Sua proposta é simples: ser uma coletânea de terror com 5 contos contínuos por edição.
No Brasil a Panini Comics já lançou 3 encadernados de “Cinema Purgatório” – um em 2018 e dois em 2019 (e tem mais um prometido para 2020). As edições lançadas aqui compilam as edições originais #1 – #9.
Espere as mais variadas loucuras em “Cinema Purgatório” lançado pela Panini Comics
Dentre os cinco contos, temos dois que se destacam e vale muito a pena falarmos sobre eles. O primeiro, que podemos chamar de “Cinema Purgatório”, é o escrito por Alan Moore e é ele que dá nome a série. A ideia é brilhante: somos apresentados a um personagem que só aparece adentrando semanalmente ao cinema para ver obras diferentes. Essas obras são o mote principal da edição (nós vemos o mesmo “filme” que o personagem) enquanto a trama secundária começa a mostrar que esse personagem pode estar com alguns problemas de…. “localização”. A cada edição ficamos mais ansiosos para entender o que está acontecendo com essa pessoa que só aparece indo ao cinema.
“Código Pru” de Garth Ennis pode não ser a principal história da HQ, mas a ideia de Garth Ennis é igualmente brilhante e eu confesso que me prende mais do que a ideia de Moore: nele acompanhamos a enfermeira Pru que começa a trabalhar com ocorrências estranhas e descobre através do seu parceiro que sua unidade lida com ocorrências mais “sobrenaturais”. O que chama a atenção é o desenvolvimento dos personagens que sai do lugar comum e entrega relações reais que evoluem com o passar das edições – e isso torna a série muito interessante – sem falar nas situações bizarras que vão ocorrendo com Prudence e seu parceiro de turno.
“Código Pru” é uma das histórias mais interessantes de “Cinema Purgatório”
“Moods”, “Uma União Mais que Perfeita” e “A Vastidão” são histórias que parecem menos interessantes apesar de passarem longe de serem ruins: sabem criar suspense e entregam um enredo, no mínimo diferente, mas que passaram longe de me fazer querer ler a continuação. “Moods” e “A Vastidão” parecem uma mistura de “Pacific Rim” (Círculo de Fogo) de 2013 com Pokémon ao misturar conceitos de evolução e monstros que podem ser “adestrados”. Já “Uma União Mais que Perfeita” é uma viagem completa que coloca os soldados da Guerra Civil Americana lutando contra um inimigo incomum.
Uma das propagandas da HQ “Cinema Purgatório” de Alan Moore
O saldo de “Cinema Purgatório” é extremamente positivo e nenhuma das histórias é ruim e acredito que todas tenham seu público dentro do terror – apesar de duas delas terem me interessado de forma mais gritante. A realidade é que a iniciativa de Alan Moore vale a pena e é uma das séries mais interessantes e diferentes que li nos últimos anos. Espero que a Panini continue lançando a série no Brasil e que tenhamos o prazer de ler mais HQ´s de qualidade que pensem fora da caixinha!
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