Vale a pena ler Conan, O Cimério da Glénat?

Em 13 de Jun de 2022 • 7 minutos de leitura
Vale a pena ler Conan, O Cimério da Glénat (1)

Uma nova interpretação do famoso personagem criado por Robert E. Howard chegou ao Brasil pelas mãos da editora Pipoca e Nanquim. A coleção de quatro volumes Conan, O Cimério da Glénat reúne 16 adaptações de contos do lendário herói da Era Hiboriana.

Cada edição nacional equivale a 4 edições francesas. Um outro olhar que acaba contrastando (mais em arte do que em roteiro) com a visão tradicional que vemos nas HQs lendárias da Marvel Comics e da Dark Horse.

Conan, O Cimério da Glénat tem o grande atrativo de trazer, a cada adaptação, uma equipe criativa diferente e temos a oportunidade de ver nomes como Robin Recht (Elric o Trono de Rubi), Jean-David Morvan e Anthony Jean trabalhando em suas visões desse icônico personagem. É desnecessário dizer que a edição do Pipoca e Nanquim está lindíssima e com um acabamento (e extras!) que vão deixar qualquer fã de Robert E. Howard bem feliz!

Quer ler outras histórias e interpretações do cimério? Confira nossos reviews sobre Conan a Hora do Dragão de Roy Thomas e Gil Kane, Conan O Bárbaro de Jason Aaron, Conan Omnibus da Mythos Vol.1 e Conan O Ordálio de Jim Zub e Rogê Antônio

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Uma bela adaptação de “A Filha do Gigante de Gelo” está na primeira edição da coleção Conan, O Cimério da Glénat lançada pelo Pipoca e Nanquim

As tramas do primeiro volume da coleção Conan, O Cimério da Glénat lançadas pelo Pipoca e Nanquim

O volume 1 (de 4) de Conan, O Cimério da Pipoca e Nanquim reúne 4 adaptações lançadas pela Glénat. Cada adaptação tem um estilo diferente e confesso que – para mim – a grande diversão foi ver como cada artista interpreta o mundo de Conan.

Vale dizer que as tramas são bem fiéis e por mais que apresentem alguma variação, é seguro dizer que elas não se desviam muito dos textos originais.

Com relação às tramas temos:

A Rainha da Costa Negra de de Jean-David Morvan e Pierre Alary

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O lendário encontro de Conan e Bêlit é recontado nessa ótima adaptação

Conan encontra uma de suas maiores paixões nessa história que é – para muitos – uma das melhores escritas por Robert E. Howard. A trama mostra o cimério se envolvendo com Bêlit, uma rainha pirata que parece ser simplesmente perfeita para o cimério. A história dos dois encontra seu mais ferrenho teste em uma cidade abandonada que guarda um tesouro e segredos macabros.

Uma ótima adaptação que traz belíssimos painéis e ótimas ambientações. A trama é bem fluida e as constantes críticas à sociedade como um todo que são proferidas por Conan dão um ar ácido (muito bem vindo!) ao tom da HQ. 

Para mim é, ao lado de A Filha do Gigante de Gelo, o melhor conto dessa primeira edição do Pipoca e Nanquim.

O Colosso Negro de Vincent Brugeas e Ronan Toulhoat

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Conan lidera um exército e enfrenta um temido feiticeiro nessa adaptação de O Colosso Negro

O Colosso Negro é dos contos mais icônicos de Conan pois mostra uma faceta clássica do personagem e o coloca em rota de colisão com o que ele mais detesta: magia. Na história vemos o experiente Conan assumindo a função de liderar um exército em batalha. O problema é que seu oponente é um poderoso e milenar feiticeiro que pretende tomar a princesa regente e o reino para si.

A trama tem um ritmo interessante e ágil e temos artes que são de tirar o fôlego.

Além do Rio Negro de Mathieu Gabella e Anthony Jean

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Além do Rio Negro coloca Conan em um cenário diferente do tradicional nessa HQ da coleção Conan, O Cimério da Glénat

Prepare-se para ver um Conan impiedoso que trafega com facilidade na violenta guerra que eclode entre pictos e colonos. A trama coloca Conan no meio de um confronto (que logo se torna de larga escala) entre a colonização e os povos da floresta. Um dos grandes atrativos do conto é a jornada de Balthus, um civilizado guerreiro que contrasta bastante com o jeito e os modos do cimério. 

A trama tem um ritmo incrível e mais uma vez temos uma arte (tomada por lindos tons de verde) que se sobressai e deixa a história ainda mais prazerosa!

A Filha do Gigante de Gelo de Robin Recht

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Um dos clássicos do cimério também aparece no 1º volume de Conan, O Cimério lançado pelo Pipoca e Nanquim

Confesso que estava ansioso para ler esse conto que fecha o 1º volume nacional de Conan, O Cimério da Glénat. A história é uma das minhas favoritas e saber que um dos artistas responsáveis por Elric estava produzindo a adaptação me deixou empolgado.

Justo dizer que não me decepcionei! A história possui algumas leves variações em relação a outras adaptações e a arte está simplesmente perfeita! Na história vemos um jovem cimério batalhando em terras geladas. Seu desempenho impressiona uma linda deusa que logo decide brincar de um perigoso jogo com o guerreiro…

Essa foi – para mim – a melhor adaptação desta edição por conta da arte e da intensidade que algumas cenas conhecidas ganharam nas mãos de Robin Recht (o embate de Conan com o poderoso Heimdul é de tirar o fôlego!).

Conan da Glénat lançado pelo Pipoca e Nanquim é a Melhor Adaptação do Cimério?

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Muitas cenas de ação esperam o leitor na 1ª edição do Pipoca e Nanquim de Conan, O Cimério da Glénat

É importante começar dizendo que as adaptações apresentadas pela Glénat (e lançadas no Brasil pelo Pipoca e Nanquim) são impressionantes! Como já é marca registrada da editora francesa, temos artes e painéis incríveis que enchem os olhos de qualquer leitor e considero essa edição – inclusive – um ótimo ponto de partida para quem nunca leu nada do cimério.

A nossa análise deve considerar que Conan vem sendo adaptado desde 1952 e já teve fases icônicas na Marvel Comics e na Dark Horse. A fase original na Casa das Ideias (iniciando em 1970) pode parecer datada para leitores mais jovens e por isso considero o trabalho feito pela Dark Horse (sob o comando de Kurt Busiek em 2003) extremamente necessário para trazer o cimério para novas gerações com um apego maior aos textos originais e com mais liberdade (e recursos) para mostrar os sangrentos embates que ocorrerem nas aventuras do personagem.

O ritmo narrativo e a forma de contar histórias mudam com o passar do tempo e é natural que fases que ocorreram em épocas tão diferentes tragam isso. Eu fui um dos leitores que foi iniciado por essa excelente fase da Dark Horse e passei a adorar as ótimas histórias feitas por Roy Thomas e outros grandes mestres no passado.

Obs. Sabemos que o personagem teve recentemente uma nova fase na Marvel mas considero ela bem menos inspirada e icônica do que as duas supracitadas.

A pergunta pra mim é: O que as edições propostas pela Glénat trazem de novo?

A realidade é que essas adaptações são muito boas mas não adicionam nada no mito do Conan. Elas funcionam tão bem quanto a fase da Dark Horse mas não percebo nenhuma grande atualização na narrativa e por isso acho difícil crivar (como alguns têm tentado fazer) que essa é a melhor fase de Conan – para mim ela é mais uma ótima série de adaptações mas que passa longe de ser a melhor ou a mais importante. 

Independente dessa discussão (boba na minha visão), o importante é que os fãs do trabalho de Robert E. Howard e da Era Hiboriana e os novos leitores ganham mais uma ótima coleção de adaptações do cimério para ler no Brasil!

Independente da sua opinião e gosto, é inegável que Conan, O Cimério da Glénat tem seu charme e agrada em cheio os fãs!

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Créditos:
Texto: Lucas Souza
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse

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