Como Treinar o Seu Dragão 3 (How To Train Your Dragon: The Hidden World) |
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Ano: 2019 |
Distribuição: Universal |
Estreia: 17 de Janeiro |
Roteiro: Dean DeBlois, Cressida Cowell (livros) Diretor: Dean DeBlois |
Duração: 104 minutos |
Elenco: Cate Blanchett, Gerard Butler, Kit Harrington, Jonah Hill, David Tennant, Kristen Wiig, T. J. Miller, Jay Baruchel, America Ferrara, F. Murray Abraham, Christopher Mintz-Plasse |
Sinopse: "Agora chefe e governante de Berk ao lado de Astrid, Soluço criou uma gloriosa e caótica utopia de dragão. Quando a súbita aparição da Fúria da Luz coincide com a ameaça mais sombria que sua aldeia já enfrentou, Soluço e Banguela devem deixar a única casa que conhecem e viajar para um mundo oculto que só existe na mitologia. À medida que seus verdadeiros destinos forem revelados, o dragão e o cavaleiro lutarão juntos – até os confins da Terra – para proteger tudo o que eles cultivaram e valorizam.”
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Como Treinar o seu Dragão 3 é um belo e surpreendente arco final na história de Banguela e Soluço
Longa que estreia quinta, 17 de Janeiro, é criativo e envolvente, sem cair em fórmulas e excessos
Por Alexandre Baptista
Quando o primeiro capítulo da adaptação de Como Treinar o Seu Dragão, série de 12 livros de Cressida Cowell, ganhou os cinemas no longa animado homônimo (How To Train Your Dragon, 2010), minha atenção e paixão ao universo da Ilha de Berk foi instantâneo. Há quem diga que isso aconteceu porque o Banguela é muito parecido (até no cotó de rabo) com o Mussum, meu cachorro que mais parece um Fúria da Noite; mas garanto que é pela qualidade do roteiro que adapta vagamente as ideias presentes nos livros da coleção finalizada em 2015.
Mussum… digo, Banguela, na coleção do Sobrecapa…
agora só falta Millie… digo, Fúria da Luz. Aceitamos presentes!
Caso você esteja imaginando o quanto os livros são semelhantes aos filmes, saiba que é bem, BEM pouco. E é aí que entra a grande qualidade do trabalho do diretor e roteirista Dean DeBlois, cujas mudanças propostas agradaram a autora e apresentaram um novo rumo divertidíssimo e empolgante para Banguela, Soluço e companhia.
Depois de dois filmes, alguns curtas e duas séries de tv (uma da Cartoon Network e outra da Netflix), que fazem parte do cânone de Dragões, era de se esperar que o terceiro filme fosse algo já desgastado, uma espécie de “episódio duplo” da série, sem grandes novidades ou surpresas.
Mas felizmente não é o que acontece. Com uma animação ainda mais detalhista que anteriormente, cenários deslumbrantes e um ritmo muito bem controlado, sem ser acelerado demais nem, por outro lado, arrastado, Como Treinar o Seu Dragão 3 não só apresenta novos personagens incríveis – Grimmel, voz de F. Murray Abraham é um excelente contraponto à Soluço, questionando sua liderança e maturidade, demonstrando experiência e estratégia; seus dragões venenosos, que lembram escorpiões misturados a víboras, são assustadores; Fúria da Luz é cativante e lembra minha cachorra Millie; os trajes à prova de fogo, feitos de escamas de dragão, sensacionais e muito engenhosos – como demonstra através da dinâmica entre os personagens, a passagem do tempo em Berk: o crescimento e amadurecimento dos jovens vikings; as tecnologias desenvolvidas a partir do convívio pacífico com os dragões; pequenas tensões e saturações em decorrência disso e, principalmente, o fortalecimento dos laços interpessoais, especialmente entre Soluço, Banguela e Astrid.
O longa consegue apresentar, sem cair em grandes clichês ou momentos piegas, uma história de fato inédita, deixando de lado as fórmulas desgastadas da franquia, tratando de maneira muito natural as questões de lealdade, amizade, crescimento, maturidade e amor. Em Como Treinar o Seu Dragão 3, Banguela – agora Rei dos Dragões – e Soluço demonstram em cenas contundentes mas não exageradas, o quanto a verdadeira amizade liberta e não se afeta com a passagem do tempo; a lealdade une de forma profunda e irreversível e o verdadeiro amor depende exclusivamente da confiança, do apoio mútuo e da entrega. Um capítulo final grandioso para uma franquia que, despretensiosamente, voou alto. E tudo isso dentro de uma aventura engraçada, dinâmica e profusamente colorida, modelada para agradar crianças de todas as idades.
“Eu achei o filme bem legal, muito divertido. Mais legal que o primeiro e o segundo. A Fúria da Luz é muito bonitinha, fofinha e selvagem. Minha cena preferida é [conteúdo censurado por ser spoiler]. É uma ótima opção para as crianças que estão de férias”, declarou Alexandre Milano Michelon, 8 anos, que esteve presente comigo na sessão.
Depois de uma declaração assim, sobra pouco espaço para qualquer outra análise, frente ao poder de síntese e sinceridade de uma criança. Resta somente dizer que concordo com o meu xará e que o universo de Dragões vai deixar saudade.
Avaliação: Ótimo!
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