Conheça o grupo de super-heróis que, junto de deuses e semideuses, fez inveja aos Vingadores, Liga da Justiça e Defensores da Terra em: Cazador Sagas Vol 2: Fúria dos Tetudos
Cazador é um personagem único, com um quê de Lobo da DC Comics e outro daquele humor ácido da revista Mad – cheio de paródias da cultura pop –. Cazador Sagas Vol 2: Fúria dos Tetudos (2021) é a terceira publicação do anti-herói no Brasil, procedendo Cazador Sagas Vol. 1: Viagens Inesperadas (2020) e Contos de Terror do Cazador: Regresso ao Arkham (2020). Todos pela Tai Editora.
Para conhecer algumas particularidades do personagem, como a origem dele, as duas primeiras publicações são muito indicadas. A novidade em Cazador Sagas Vol 2: Fúria dos Tetudos é que temos um arco um pouco maior, fechado nos quatro volumes compilados para o encadernado. Roteiro e arte por Jorge Lucas e Claudio Ramírez.
Qual a trama de Cazador Sagas Vol 2: Fúria dos Tetudos
O primeiro capítulo é “O Planalto dos Macacos”, publicado originalmente em maio de 1997. Uma paródia engraçadíssima de Planeta dos Macacos (1968). O que aconteceria se o maluco do Cazador aparecesse no lugar do protagonista, o comandante Taylor? É o que descobrimos após o anti-herói ser malandramente abduzido por um OVNI, escapar e cair naquela fatídica praia do filme.
A loucura segue quando os alienígenas o capturam novamente. Em “O Errante”, de agosto de 1997, começa de fato o que deve ser um dos maiores crossovers dos quadrinhos argentinos. A nave do Cazador acaba se acidentando perto de Nippur de Lagash.
A porradaria corre solta desde o início no segundo volume de Cazador Sagas
O personagem é um guerreiro sumério e protagonista de um quadrinho clássico dos hermanos. Épico de ficção histórica que fez muito sucesso por lá. Na aventura, estava sendo torturado pelo Minotauro quando Cazador o salva. Pouco depois, Hércules e os argonautas descem da famosa nau em busca de ajuda – olha a mistura! –.
O objetivo era encontrar o caminho das Terras do Norte, onde fica o Portal do Inferno, e apenas Nippur sabia o caminho. Não demora muito para Thor, o deus do trovão, surgir, e informar que Melkor está com seu exército na Fortaleza de Himinbjorg, prestes a tomar o reino de Asgard.
Vingadores? Liga da Justiça? Defensores da Terra? Não! Deuses, semideuses e o Cazador formam “Os Tetudos” para salvar os mundos! A trama se cruza de maneira incrível e cômica. Se você não conhece ou não se lembra destes personagens, Hades é o deus dos mortos na mitologia grega. O equivalente dele na mitologia nórdica é Melkor que, por sinal, é um dos vilões mais tradicionais das HQs do Cazador.
A aventura segue nos capítulos “Deuses e Semideuses” e “Ragnarok”, de setembro de 1997, com tudo que tem direito. O grupo enfrentará Cerberus, o cão de três cabeças, Balrog, gigantes e muito mais. Até a deusa Hera, madrasta de Hércules, acaba dando uma força para Hades.
O resultando é uma apoteótica guerra entre o bem e o mal em Asgard. E posso dizer que o fechamento do arco fará você mudar a forma de ver os panteões da História Antiga.
Nippur, Cazador, Hércules e os argonautas, também chamados de “os tetudos”
Vale a pena ler?
Cazador Sagas Vol 2: Fúria dos Tetudos segue em ótimo nível. É o clássico quadrinho “matavéio” dos anos 1990: porradaria, violência e ação. Tudo isso com humor ácido, paródia e bastante criatividade para unir todos esses universos históricos – da Suméria, da Grécia Antiga e dos Vikings – em um divertido e megalomaníaco crossover.
O arco, porém, é no tamanho certo – 111 páginas –, objetivo, com clímax e conclusão interessantes. Talvez o evento tenha tido um efeito ainda maior para os argentinos, que conheciam a fundo o Cazador e o Nippur. Mas é ótimo para nós brasileiros irmos nos apropriando dos autores do underground e dos periódicos do país vizinho.
Se nomes como Carlos Trillo, Alberto Breccia e Héctor Germán Oesterheld levaram a Argentina a ser referência mundial nos quadrinhos, está mais do que claro que são “apenas” a porta de entrada. O Cazador talvez seja a maior prova disso.
Cazador Sagas Vol 2: Fúria dos Tetudos é um quadrinho para quem gosta desse tipo de humor. Não é politicamente correto. Os autores fazem o que bem entendem com o personagem. Inclusive mudam de mundos e realidades da forma mais estapafúrdia ou breve possível. Mas o que seria uma reviravolta difícil de engolir em um quadrinho mais sóbrio, aqui é justamente elemento estilístico, se é que podemos chamar assim.
A arte de Jorge Lucas e Claudio Ramírez consegue misturar realismo com exageros de emoções e proporções. O resultado é excepcional e estar em preto e branco – originalmente saiu colorida – a valoriza.
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Avaliação: Ótimo!
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Créditos:
Texto: David Horeglad – @hq_ano1
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse
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