Cavaleiro das Trevas A Criança Dourada – O Ultimato

Em 1986 Frank Miller criou uma história que é, facilmente, uma das mais famosas das HQ´s. A HQ Cavaleiro das Trevas A Criança Dourada se passa no incrível universo criado pelo autor e foca em três personagens: Lara e Jon (os filhos do Superman e da Mulher-Maravilha) e Carrie (antiga Robin e agora Batwoman). 

Vale relembrar que Miller já errou feio nesse universo com “O Cavaleiro das Trevas 2” e conseguiu se redimir com o ótimo “Cavaleiro das Trevas 3: A Raça Superior”. A HQ Cavaleiro das Trevas A Criança Dourada foi lançada no Brasil em 2020 em capa cartão e compila a história que vem logo depois da terceira parte desse universo. A trama conta com os lindos desenhos do brasileiro Rafael Grampá.

Carrie, A Batwoman, enfrenta o Coringa em Cavaleiro das Trevas A Criança Dourada

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Cavaleiro das Trevas A Criança Dourada vale a pena?

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Com Miller tendo errado tanto em “Cavaleiro das Trevas 2” e acertado em “Cavaleiro das Trevas 3: A Raça Superior” é natural que o leitor se pergunte se essa nova continuação vale a pena. Vale recordar que Miller abre muitas portas para continuações no fim de TDK3. Infelizmente para os fãs do universo criado pelo autor, a única coisa boa em Cavaleiro das Trevas A Criança Dourada é a arte de Rafael Grampá.

Mais do que nunca Miller parece perdido. Deu para ver que ele queria contar alguma história utilizando a polarização política atual – e até aí tudo bem! A ideia tinha seus méritos e encaixa perfeitamente no universo de Cavaleiro das Trevas que tem uma pegada mais política mesmo. O problema é que a execução é pífia, confusa e não respeita nem os conceitos que o próprio Miller estabeleceu em edições passadas. 

Jon, Lara e Carrie interagem enquanto Coringa arma seu retorno triunfal na HQ Cavaleiro das Trevas A Criança Dourada

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Temos o retorno do Coringa, um interesse repentino de Darkseid pelas política americana (e não de um jeito legal como na minissérie “Lendas” de 1986) e o surgimento do filho super inteligente e poderoso do Superman. Nada é realmente explicado na HQ e tudo parece meio “jogado” e “perdido”. Deu para ver que a ideia era correlacionar candidatos à presidência americana (Trump no caso) ao mal absoluto de Darkseid.

A ideia central de Cavaleiro das Trevas A Criança Dourada , que começa bem e possui até twitters de Bolsonaro e Trump, parece se perder no desenrolar da história que nem dialoga com o universo de Cavaleiro das Trevas e nem dialoga de forma realmente relevante com a polarização das eleições.

É muita coisa sem explicação junta e um sem fim de cenas de ação, que até ficam lindas na arte de Grampá mas não adicionam absolutamente nada a trama.. Não sei faltaram páginas para que Miller desenvolvesse sua ideia ou se o autor simplesmente perdeu o domínio sobre a narrativa, o fato é que infelizmente a HQ é ruim. Nem as interações entre os personagens funcionam.

Coringa e Trump são “parceiros” na HQ da DC Comics Cavaleiro das Trevas A Criança Dourada

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A HQ Cavaleiro das Trevas A Criança Dourada da DC Comicstem um começo promissor e tem as credenciais para ser uma boa história: roteiro de Miller, arte de Grampá e a ideia de correlacionar o mal com a política! A aparente receita para o sucesso se torna uma verdadeira colagem de cenas de ação, retornos mal explicados, conceitos jogados e personagens bizarros – o filho superpoderoso e zen (no melhor estilo Yoda) da Mulher-Maravilha e do Superman é “magnético”. Espero que essa trama perdida – que realmente não parece encaixar em TDK – não feche as portas de um universo que tinha tudo para ser ainda mais explorado e expandido. 

O sentimento final? Tristeza pelo desperdício de uma boa ideia e por mais uma mancha em um universo que tinha tudo para ser perfeito.

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