Casal Improvável – O Ultimato

Em 14 de Jun de 2019 • 5 minutos de leitura
Casal Improvável (Long Shot)
Ano: 2019 Distribuição: Paris Filmes
Estreia: 20 de Junho

Direção: Jonathan Levine

Roteiro: Dan Sterling, Liz Hannah

Duração: 125 Minutos  

Elenco: Charlize Theron, Seth Rogen, June Diane Raphael, O'Shea Jackson Jr., Ravi Patel, Bob Odenkirk, Andy Serkis, Randall Park

Sinopse: “Charlotte Field (Charlize Theron) é uma das mulheres mais influentes do mundo. Inteligente, sofisticada e talentosa, ela é uma diplomata poderosa com um talento para… quase tudo. Fred Flarsky (Seth Rogen) é um jornalista talentoso e livre, com uma tendência autodestrutiva. Os dois não têm nada em comum, exceto que ela era sua babá e foi sua primeira paixão. Quando Fred inesperadamente encontra com Charlotte, ele a encanta com seu humor autodepreciativo e suas lembranças de seu idealismo juvenil. Enquanto se prepara para concorrer à Presidência, Charlotte impulsivamente contrata Fred como seu redator de discursos, para o desânimo de seus conselheiros de confiança. Um peixe fora d'água no time de elite de Charlotte, Fred não está preparado para seu estilo de vida glamouroso e de alto risco. No entanto, uma chama é despertada quando a inconfundível química do par leva a um romance ao redor do mundo e desencadea uma série de incidentes perigosos e estranhos.”

 

 

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Alardeada como uma das melhores comédias do ano, Casal Improvável talvez realmente seja

Longa dirigido por Jonathan Levine é leve, engraçado, envolvente e apresenta camadas mais profundas que a comédia romântica tradicional ou o típico besteirol americano

por Alexandre Baptista

 

A Comédia Romântica é um subgênero do cinema que atrai milhares de espectadores no mundo todo. Apesar de não me sentir particularmente atraído por ele – em função da alta probabilidade de filmes óbvios, pouco engraçados e com tramas repetidas – tenho minha dúzia de títulos preferidos: 28 Dias (28 days, 2000), Como Perder Um Homem em 10 Dias (How to Lose a Guy in 10 days, 2003), Igual a Tudo na Vida (Anything Else, 2003), Meia-Noite em Paris (Midnight in Paris, 2011) e por aí vai.

Casal Improvável, pelo trailer, não me passava ser um deles. Sabe quando o trailer é muito melhor que o filme? Nesse caso foi o inverso.

Já na cena de abertura temos Fred Flarsky (Seth Rogen), um jornalista judeu infiltrado em uma reunião de neo-nazistas norte-americanos. Com bandeiras dos Confederados por todo o local, o grupo se reúne proferindo ódio aos judeus, palavras de ordem da Supremacia Branca e do Nazismo. Flarsky, se passando por um deles, grava toda a conversa em áudio até que é compelido pelos demais a fazer ali, na hora, uma tatuagem da suástica.

A solução da cena já dita o tom do filme: situações hilárias, texto inteligente e muitas camadas que vão além do humor pastelão. Não chega a ser um Monty Python, mas tem seus grandes momentos.

Toda a trama do jornalista desempregado que reencontra por acaso a garota por quem foi apaixonado no início da adolescência – Charlotte Field (Charlize Theron), hoje a secretária de Estado dos EUA – é bastante orgânica e bem conduzida. Com alguns pontos de exagero, como é de se esperar, o ritmo é muito equilibrado. Graças a ele, mesmo quem não curte esse tipo de filme consegue ficar envolvido, sem aquelas cenas enroladas ou piegas que destroem a narrativa e dão sono.

A direção de Jonathan Levine é bastante competente e a química entre Theron e Rogen funciona perfeitamente. O elenco de apoio é sensacional, com destaque para June Diane Raphael e Andy Serkis – que está absolutamente irreconhecível. O’Shea Jackson Jr. que interpreta Lance, o melhor amigo de Flarsky, é outra grande surpresa.

O arco de Lance é uma piada de longa duração extremamente bem construída ao longo do filme; além do gancho final, a piada funciona como um excelente exemplo das camadas que o filme traz: uma crítica à falta de bom senso, à polarização ideológica e à perda das qualidades sociais que diferem os seres humanos dos animais. Excelente.

A trilha sonora é bastante divertida, bastante em sintonia com o longa. Apesar disso, não posso deixar de apontar que a versão de Frank Ocean para Moon River (que está no filme) me incomoda muito. Muito mesmo. Mas aí é uma questão de gosto pessoal.

Voltando às qualidades do longa, espere muitas referências à cultura pop, geek e nerd, feitas de maneira extremamente inteligente e orgânica. Desde o presidente ator de séries de TV que quer tentar a carreira nos cinemas; House of Cards (somente sugerido); Game of Thrones; o MCU e especialmente Pantera Negra (Black Panther, 2018); até músicas, roupas, piadas e acenos a pessoas e fatos.

Dessa forma, repare como o personagem de Andy Serkis se parece com Steve Bannon… E vibre com o maior aceno de todos: Todd McFarlane, “o criador do Spawn”, citado nominalmente.

Por fim, é ótimo ver Charlize Theron demonstrar todo o seu talento: apesar de não entrar tanto em cenas mais dramáticas como em Tully (2018) ou Monster – Desejo Assassino (Monster, 2003), ela abusa da versatilidade, dando uma dimensão muito plausível e real à Charlotte Field. Espere também por Theron no melhor de sua comédia, tanto quanto em sua participação na terceira temporada de Arrested Development (2003 – 2019).

Horrorizem-se: descobri por esses dias que a série tem o título Caindo na Real aqui no Brasil.

Casal Improvável é uma comédia acima do esperado, que faz jus ao sua nota de 81% no Rotten Tomatoes. Não sei dizer se é de fato a melhor do ano, mas é a melhor que vi em muito tempo.

Com sessões de pré-estreia acontecendo em salas selecionadas desde o dia 12 de junho, o longa estreia oficialmente em 20 de junho, quinta-feira que vem.

 

 

Avaliação: Excelente!

 

 

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Trailer

 

 


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