Bright | |
Ano: 2017 | Estúdio: Netflix |
Estreia: 22 de Dezembro | Diretor: David Ayer |
Duração: 117 min | Elenco: Will Smith, Joel Edgerton, Noomi Rapace, Edgar Ramírez, Lucy Fry |
Sinopse: “Em um mundo mágico e futurista, seres humanos convivem em harmonia com seres fantásticos, como fadas e orcs. Mesmo nesse mundo, crimes acontecem, e ambas as raças unem forças para combater o crime. Um policial humano (Will Smith) especializado em crimes mágicos precisará trabalhar com um orc (Joel Edgerton) em um caso especial para solucionar o problema.”
[tabby title=”João Pedro”]
Bright chegou a Netflix com uma proposta um tanto diferente: misturar um filme policial a um filme de fantasia, além de contar em seu meio uma pesada crítica social. Will Smith interpreta Daryl Ward, um policial que está retornando ao serviço após ser baleado. Para sua infelicidade, ele é parceiro de Nick Jakoby (Joel Edgerton) o primeiro policial orc. Aqui entra uma parte da crítica: nesta sociedade onde criaturas magicas convivem, os orcs são mal vistos e odiados pela população humana. Outra espécie que ganha destaque no filme são os elfos: a camada alta da sociedade.
O filme gira em torno de um chamado respondido por Ward e Jakoby, que os leva até Tikka (Lucy Fry), uma jovem elfa que está em posse de uma varinha mágica. Mesmo num mundo habitado por orcs e elfos, as varinhas são algo raro, dotadas de imenso poder e apenas um punhado de pessoas especiais, em sua vasta maioria elfos, pode empunha-la e usar seu verdadeiro potencial.
O filme serve muito bem como o início de uma grande franquia, entretanto falha ao tentar estabelecer todo um universo e um curto período de tempo. Enquanto acompanhamos a fuga de Ward, Jakoby e Tikka pela cidade, vemos vislumbres de gangues, humanas e de orcs, ao mesmo tempo que acompanhamos uma divisão especial da polícia federal destinada a lidar com problemas mágicos, e acompanhamos a “grande vilã” da trama em sua busca para recuperar a varinha mágica, artefato este que tem potencial para trazer o “senhor das trevas”. É aí que o filme se perde um pouco, focando demais na fuga dos personagens e desenvolvendo pouco a mitologia que ele tenta criar, fazendo com que termos como “senhor das trevas” e “escudo da luz” pareçam apenas ter sido colocados ali na esperança de que o filme consiga uma sequência. Edgar Ramirez e Noomi Rapace tem pouca chance de brilhar num roteiro que não os favorece.
Will Smith entrega uma boa interpretação, com poucos momentos memoráveis, já Edgerton consegue dar uma boa carga emocional a seu personagem, um orc que tenta encontrar seu lugar no mundo.
O filme, assim como muitos produzidos pela Netflix, tem um tom mais sombrio, e a ambientação em uma Los Angeles dividida pelas gangues, com uma população que não confia nos policiais (outra parte da crítica embutida no filme), contribui para este clima. Com relação ao roteiro, ele acaba por desperdiçar o potencial de vários personagens, caindo em diversos clichês.
No final das contas, Bright não é um filme brilhante, mas também não é o filme horrível que muitos críticos têm descrito por aí. Com uma pipoca e os amigos reunidos, Bright é um bom filme para distrair a mente, e com as devidas correções de roteiro e preocupação com a mitologia que está sendo criada, a continuação (já confirmada) pode vir a ser um filme muito melhor do que este foi.
Avaliação: Bom
[tabbyending]