Imagine se no tempo do Império Romano existissem todo tipo de seres fantásticos: duendes, dragões, orcs e muito mais. Se você conseguir imaginar esses seres sendo caçados, aprisionados e utilizados nas grandes arenas de gladiadores você vai ter uma boa noção do que é a trama principal de Bestiarius de Masasumi Kakizaki. A narrativa foca na luta dos não-humanos pela liberdade e pela paz e faz isso de forma episódica, com alterações de protagonista e de núcleo de personagens. Conforme a leitura avança, o que parece desconexo logo se torna um grande quebra-cabeças que conta uma grande história!
Bestiarius de Masasumi Kakizaki começou a ser lançado em 2013 e chegou ao Brasil na íntegra entre 2016 e 2019 pelas mãos da Panini Comics em 7 volumes. Vale dizer que a obra é um shonen mas fiquei com a sensação de que o volume de sangue e cenas violentas explícitas é um pouco maior do que o normal – vale dar uma conferida antes de presentear crianças menores e afins.
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Dragões e outros seres fantásticos esperam o leitor no mangá Bestiarius de Masasumi Kakizaki
A Trama do mangá Bestiarius de Masasumi Kakizaki
Uma das grandes sacadas do mangá de Masasumi Kakizaki é o formato de sua história. Ela não é linear e tem mudanças de protagonista a cada arco que se fecha.
Isso faz com que consigamos ver vários pontos de vista diferentes dos mesmos eventos e situações – para mim isso tornou tudo muito mais interessante! Sem contar que eventualmente os protagonistas se encontram em lados opostos da narrativa!
Se deixarmos de lado o formato episódico das histórias, veremos que a trama proposta pelo mangaká é bem simples: somos levados a um Império Romano impiedoso e violento que é comandado por um Imperador mesquinho e covarde.
Além de dominar territórios, esse comandante do Império ordena que os não-humanos sejam dizimados e aprisionados para serem utilizados como gladiadores nas arenas. Essa política agressiva faz com que diversas histórias e rebeldes surjam buscando liberdade e justiça!
Os protagonistas devem lutar por suas vidas nas arenas do mangá Bestiarius de Masasumi Kakizaki
Não vamos falar de nenhum personagem específico para não estragar as surpresas da leitura. O que posso dizer é que cada um dos protagonistas que luta contra a tirania do Império Romano tem características próprias que são muito bem trabalhadas.
Temos de tudo: soldados romanos, escravos, amigos de infância que são separados e mais. Cada um tem sua forma de lidar com a perda e sua visão de como construir um mundo melhor – tenho certeza que você vai se animar ao ver esses protagonistas tendo suas histórias entrelaçadas e interagindo entre si.
Como na maioria dos shonens, o tema central passa muito por amizade, justiça e liberdade. Além do formato da história e do ótimo desenvolvimento dos personagens principais, é inegável que o ritmo narrativo também é perfeito. As tramas são recheadas de ação e aventura e conseguem mesclar bem as cenas de combate com o andamento da história. Bestiarius é o tipo de mangá que nos prende e não é difícil ler os 7 volumes de uma vez só!
É normal dizermos que os protagonistas precisam de grandes vilões para brilhar, certo? Masasumi Kakizaki consegue criar um antagonista, o Imperador Romano Domitianus, que é caricato mas que funciona bem.
O personagem consegue colocar os protagonistas em perigo (e o leitor vai temer pela vida deles com motivos!) e ter ações que nos despertam repulsa – confesso que fiquei ansioso para ver a derrocada dele e de suas ações. Mais um ponto que faz com que a leitura dos sete volumes seja muito veloz!
A arte do mangaká também é um dos destaques da obra Bestiarius de Masasumi Kakizaki
Bestiarius de Masasumi Kakizaki é um mangá que apresenta uma linha narrativa simples mas muito bem executada. O ritmo da história, a arte, seu formato episódico e o desenvolvimento dos personagens (e dos vilões) são os grandes pontos fortes da obra. Confesso que adoro a temática romana e vê-la sendo utilizada em uma história de fantasia também foi bem legal!
O leitor que se aventurar no universo de Bestiarius vai se deparar com uma leitura divertida e cheia de clichês do gênero shonen (o que não é ruim) que consegue ficar na memória pela excelente execução.

Avaliação: Ótimo!
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Créditos:
Texto: Lucas Souza
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse
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