Batman: Um Dia Ruim – Mulher-Gato por G. Willow Wilson e Jamie McKelvie – O Ultimato

Em 6 de Dez de 2023 • 4 minutos de leitura

Conheça o quadrinho que leva Selina Kyle a um dos roubos mais pessoais de sua carreira em Batman: Um Dia Ruim – Mulher-Gato

Na quinta edição da série, finalmente temos o toque feminino. Batman: Um Dia Ruim – Mulher-Gato saiu no Brasil e nos EUA em 2023. Aqui, pela Panini, com 68 páginas, no mesmo formato dos anteriores.

O roteiro é da norte-americana G. Willow Wilson, cocriadora da Kamala Khan – tendo mais participação na DC de 2022 para cá, com as séries da Hera Venenosa e da Mulher-Maravilha –. A arte fica por conta do irlandês Jamie McKelvie, também mais conhecido por trabalhos na concorrência, como a atualização do uniforma da Capitã Marvel em 2012.

Qual a tramadeBatman: Um Dia Ruim – Mulher-Gato por G. Willow Wilson e Jamie McKelvie

Sem ganhos pequenos é o título da história que traz o roubo de um item muito pessoal. Em flashbacks, vemos as irmãs Selina e Magdalene Kyle acompanharem a genitora, Maria Kyle, tentando vender uma joia de família na loja de penhores. Segundo a matriarca, era um broche da Carnot Paris, herdado da mãe.

O vendedor afirma que, apesar de o objeto conter pedras boas – ouro, jade e turmalina –, não era um Carnot, pois “a montagem tá toda errada”. Melancólica, a sra. Kyle vende a herança para pagar o aluguel, mesmo com o valor aquém do esperado. O dia fica na memória de Selina e Maggie.

Nos tempos atuais, o item de família reaparece no catálogo de um leilão de alta joalheria como “a obra-prima perdida”. E tem início a primeira parte da HQ: o roubo do broche.

A venda da herança por valor baixo é sem dúvidas um dia ruim para as Kyle

Na exposição, Selina encontra uma senhora interessada na peça. Ela explica que o Carnot Paris era original e tinha montagem incomum pois foi criado após a 2ª Guerra Mundial, em um período turbulento, quando a França foi libertada dos nazistas. Os joalheiros passaram a colocar, simbolicamente, pássaros fora das gaiolas em suas produções.

Toda a sequência do roubo é interessante, tanto graficamente quanto pela esperteza e agilidade da Mulher-Gato. Acontece que, ao levar o broche para o especialista, Selina descobre que o item era, de fato, uma falsificação.

A partir daqui, caso queira pular spoilers mais significativos para a trama, vá direto ao subtítulo “Vale a pena ler?”. A Mulher-Gato precisará investigar a senhora da exposição, que aparentemente quis enganar possíveis compradores. A seguindo pelos telhados, encontra Batman, que também está no encalço da mulher. É peixe-grande.

Selina não ouve os pedidos do Cavaleiro das Travas e partirá ao embate imediato da nova personagem. O quadrinho mostra pouco dela – apenas que é uma velha e experiente ladra, espelhando a própria Mulher-Gato –. Entretanto, Willow prepara terreno para o surgimento de uma boa vilã, que poderá ser trabalhada em títulos futuros e determinará, por consequência, a importância da HQ que temos em mãos.

Na trama, Selina irá atrás do broche de família que foi parar em uma exposição

Vale a pena ler?

A história segue a proposta de expor um dia ruim. Na verdade, como em outros volumes, um do passado e um do presente: a dolorosa venda da joia de família e a descoberta que o roubo não valia de muita coisa – o que ainda piora, mas sem spoilers –.

Porém, Batman: Um Dia Ruim – Mulher-Gato não apresenta a mesma profundidade psicológica dos episódios do Charada, Duas-Caras e Sr. Frio, por exemplo. Existe a carga dramática envolta no broche, contudo, nenhuma novidade relevante para as relações familiares das Kyle.

A arte de McKelvie tem altos e baixos. Algumas cenas nas alturas, sobretudo com o excelente uso de retículas na fantasia da Mulher-Gato, junto de efeitos de profundidade e detalhes no ambiente, são incríveis. O dinamismo dos momentos de ação também é elogiável.

Agora, a falta do plano de fundo em inúmeros e inúmeros quadros, com um traço que não tem nada de autoral para concentrar a atenção do leitor em contrapartida, não parece fazer jus à DC Comics. Soa genérico.

Em Batman: Um Dia Ruim – Mulher-Gato, Wilson consegue pontuar críticas sociais interessantes através das reflexões de Selina, o que combina com o histórico da personagem. A ladra, que paradoxalmente se envolve em questões sociais, sempre se divide entre o individualismo e o engajamento. Como leitura rápida, vale a pedida!

Gostou do texto? Leia outras matérias do David Horeglad (HQ Ano 1) para o UB!

UM DIA RUIM: DUAS-CARAS (2023) – O ULTIMATO

UM DIA RUIM: SR. FRIO (2023) – O ULTIMATO

HARLEEN (2022) – O ULTIMATO

Avaliação: Bom!

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Créditos:
Texto: 
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse
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