As melhores HQs do Lanterna Verde

Em 26 de Abr de 2021 • 26 minutos de leitura
As Melhores hqs do lanterna verde

As melhores HQs do Lanterna Verde é uma das tradicionais listas do Ultimato do Bacon em que nossos redatores buscam elencar arcos e histórias que marcaram os leitores por sua qualidade de roteiro e / ou arte e que se mantém até os dias atuais relevantes de certa forma.

No entanto, mais do que determinar uma lista definitiva – afinal, o personagem completou 80 anos em 2020 e não conhecemos absolutamente todas as HQs do personagem – elegemos aqui nossas favoritas. Caso você discorde da lista ou acredite que esteja faltando algum arco imprescindível, comente com a gente no grupo de whatsapp ou nas redes sociais.

Alan Scott, o primeiro Lanterna Verde, foi criado por Martin Nodell em 1940 e fez sua estreia na edição #16 de All-American Comics em julho daquele ano. Em 1959, o editor Julius Schwartz reinventou o personagem, criando um novo conceito e um novo portador par ao anel: Hal Jordan – com ajuda do roteirista John Broome e desenhos de Gil Kane e Sid Greene.

Nos anos posteriores, o conceito da Tropa dos Lanternas Verdes, dos Guardiões de Oa, de como o primeiro anel de Alan Scott seria um anel perdido de Yalan Gur – o Lanterna Verde do setor 2814 que aparece na Liga da Justiça de Zack Snyder e muito mais.

Seria impossível fazer uma lista só com histórias ou de Alan Scott, ou Hal Jordan, ou John Stewart… então tentamos variar um pouco, mas sempre centrados na figura de um Lanterna Verde.

Vamos lá?


As Melhores HQs do Lanterna Verde – lista

O Mal Sucumbirá Ante Minha Presença! de Dennis O’Neil e Neal Adams

Capa do encadernado dessa clássica fase de Dennis O’Neil e Neal Adams

História inaugural da mais memorável fase do Lanterna Verde ao lado do Arqueiro Verde, O Mal Sucumbirá Ante Minha Presença! tem roteiro de Dennis O’Neil e arte de Neal Adams em seu auge.

Escrita originalmente para Green Lantern #76 de 1970, No Evil Shall Escape My Sight! foi publicada diversas vezes no Brasil, sendo a mais recente em Lendas do Universo DC: Lanterna Verde Arqueiro Verde #1 da Panini em 2016.

Na trama, Hal Jordan está de passagem pela Terra e impede um crime de ser cometido. No entanto, após o feito, em vez de ser ovacionado, o Lanterna é agredido pelos transeuntes e moradores do bairro.

Estranhando o comportamento das pessoas no local, o herói é interpelado pelo Arqueiro Verde que joga um balde de realidade no policial intergalático: a verdade das ruas é um pouco mais crua do que os grandes feitos galáticos do guardião esmeralda.

A história é simples, bastante urbana e direta, sendo o ponto de partida para uma fase que ecoa nos quadrinhos da DC até hoje, figurando em diversas listas de “melhores de todos os tempos”, incluindo a nossa das melhores HQs da DC e melhores HQs do Arqueiro Verde.

A realidade exposta pelo Arqueiro é comparada a todo momento com a arbitrariedade dos Guardiões em Oa e, quando Hal é convocado na presença dos “baixinhos” a situação fica ainda mais complicada para Jordan – que começa a enxergar que a realidade não é maniqueísta.

Confira o vídeo do Sobrecapa aqui.


Nas Veias / Dizem que elas matam… mas não dizem quando! de Dennis O’Neil e Neal Adams

Capa original de Green Lantern #85: ousadia e coragem para a época.

Este é outro dos arcos publicados diversas vezes no Brasil, sendo a mais recente em Lendas do Universo DC: Lanterna Verde Arqueiro Verde #1 da Panini em 2016.

Apresentado em duas partes, foi publicado originalmente em Green Lantern #85-86 de 1971. A primeira parte, Snowbirds don’t fly, foi batizada no Brasil como Nas Veias, numa alusão direta ao assunto da trama: a dependência de drogas de Roy Harper, o Ricardito.

Já a conclusão, They Say It’ll Kill Me… But They Won’t Say When teve uma tradução mais literal – Dizem que elas matam… mas não dizem quando!.

O arco da consagrada fase de Dennis O’Neil e Neal Adams começa com um problema de tráfico de drogas nas ruas da cidade; passa por um junkie acertando uma flechada no peito do Arqueiro que escapa por pouco; chega a um ponto alto quando ambos heróis esmeralda são nocauteados e o Lanterna, inconsciente, é drogado por um dos vilões, acordando em uma bad trip que influencia seu controle do anel e finaliza, na segunda parte, mostrando a dependência química de Roy Harper.

Se a primeira parte é incrível, com direito a Hal Jordan “chapado”, a segunda parte foi inclusive premiada. Nela acompanhamos toda o processo de cold turkey – as crises de abstinência causadas pela interrupção abrupta de seu uso – a que Ricardito é submetido para tentar vencer o vício. E isso nas páginas de uma HQ mainstream em plenos anos 70.

A fase dos autores à frente do personagem, vagando pelos EUA ao lado do Arqueiro Verde e acompanhados eventualmente pela Canário Negro é toda emblemática. Difícil é escolher apenas algumas das histórias dessa run

Confira os vídeos dessas HQs aqui e aqui.


Mogo não comparece às reuniões de Alan Moore e Dave Gibbons

O maior de todos os Lanternas Verdes (em tamanho), não comparece às reuniões.

Na lista de melhores HQs do Lanterna Verde não poderia deixar de entrar esta HQ de Alan Moore e Dave Gibbons que está também na lista de melhores HQs da DC Comics.

Na aventura escrita pelo velho bruxo, Mogo, o Lanterna Verde planeta está em luta contra o temível Bolphunga.

No curto conto, narrado por Tomar-Re à jovem Lanterna Verde Arisia, descobrimos quem é Mogo. A divertida trama é inteligente e mostra que nem tudo é o que parece, denotando a perícia de Moore em entregar uma de suas mais interessantes histórias feitas para a DC.

Publicada originalmente em 1985 nos EUA em Green Lantern #188, Tales of the Green Lantern Corps: Mogo Doesn’t Socialize foi publicada no Brasil em capa dura em Grandes Clássicos DC #9 de 2006 da Panini.


Amanhecer Esmeralda de Gerard Jones, Keith Giffen, Jim Owsley e M.D. Bright

Capa da revista Amanhecer Esmeralda da editora Abril, estrelando o Lanterna Verde Hal Jordan
Amanhecer Esmeralda é a história de origem de Hal Jordan, conforme contada no pós-crise.

Lanterna Verde: Amanhecer Esmeralda foi publicada originalmente em formato de minissérie em Green Lantern: Emerald Dawn #1-6 de 1989 nos EUA, reintroduzindo a origem de Hal Jordan como portador do anel esmeralda principal do setor 2814 no cânone da DC após a Crise nas Infinitas Terras.

Nela podemos conferir como Abin Sur chegou mortalmente ferido à Terra e o piloto de testes da Ferris Aeronáutica é chamado a tomar o lugar do alien como protetor e responsável pelo setor galático 2814 (que compreende nosso planeta).

Nesta HQ, escrita por Gerard Jones, Keith Giffen e Jim Owsley, temos um Hal Jordan mais maduro, confiante e totalmente “escoteiro” – bem diferente do Hal Jordan de Origem Secreta (veja abaixo) que conta praticamente a mesma história – porém com detalhes significativos alterados.

Um dos grandes clássicos do personagem, mostra sua relação com amigos, família, a Tropa e seu mestre Sinestro e Kilowog. Indispensável aos fãs do personagem e uma das melhores HQs do Lanterna Verde.

Ilustrada por M.D. Bright, que ficou por bastante tempo a cargo do personagem, a HQ infelizmente foi publicada no Brasil apenas em formatinho pela Abril em DC Especial #2 – Amanhecer Esmeralda de 1991.


Odisseia Cosmica de Jim Starlin e Mike Mignola

Caçador de Marte conta a Superman a falha de John Stewart em Odisseia Cósmica da DC Comics
Um planeta morre por conta da arrogância de John Stewart em Odisseia Cósmica.

Uma das mais conhecidas sagas da Editora das Lendas, Odisseia Cósmica de Jim Starlin e Mike Mignola é uma das melhores HQs do Lanterna Verde.

Cosmic Odyssey foi publicada em formato minissérie contando com quatro partes nos anos de 1988 e 1989 nos EUA. Aqui no Brasil a saga chegou primeiramente pelas mãos da editora Abril em formato minissérie com Odisseia Cósmica #1 – #4 (1990) e em encadernado com a história completa em Odisseia Cósmica (1991). A Panini Comics também publicou a saga em Grandes Clássicos DC #12 (2007) e em capa dura em Odisseia Cósmica (2015).

Na trama, Darkseid se vê indefeso quando a Força Antivida sai de controle, precisando se humilhar e pedir ajuda ao super-heróis da Terra para evitar a destruição do universo. Novos Deuses e super-heróis lutam então lado a lado numa aventura que ecoa até os dias atuais.

É em Odisseia Cósmica  que o planeta Xanshi é destruído diante dos olhos atônitos do Lanterna Verde e do Caçador de Marte.

John Stewart, em sua arrogância na época, entende que o Marciano está atrasando a missão e que ele, detentor da maior e mais poderosa arma do Universo, pode fazer tudo mais rápido se estiver sozinho. Aprisionando o companheiro em um construto do anel, ele parte para cumprir o desafio – ao chegar lá ele vê que a máquina que deveria desativar é amarela.

Como já comentamos acima, na época os anéis dos Lanternas Verdes tinham essa fraqueza. Assim, a máquina não pode ser destruída e Xanshi é obliterado para agonia e culpa de Stewart.

A situação ainda piora com a dura crítica do Caçador de Marte que culpa Stewart, um dos pontos altos e fora do comum, fazendo desta uma das melhores HQs do Lanterna Verde.


Prize Fight de Gerard Jones e M.D. Bright

Mais velho e mais lento, Hal Jordan parece presa fácil para Guy Gardner em Prize Fight.

Prize Fight, escrita por Gerard Jones e ilustrada por M.D. Bright foi publicada originalmente em Green Lantern #25 de 1992.

No Brasil, ela saiu em Liga da Justiça e Batman #5 da Abril, em formatinho, em 1994 numa história chamada Mudanças – que ao melhor estilo “Abril” de editar as HQs, juntou três outras histórias da Liga da Justiça Europa conectadas a Prize Fight e escritas por Gerard Jones, mas desenhadas por Ron Randall e Tim Hamilton; cortou páginas e emendou quadros e criou “Mudanças” como se fosse uma história só.

A versão da Abril perde duas páginas da original mas dá um contexto melhor para a luta entre Hal Jordan e Guy Gardner. Num momento de extrema tensão na Liga da Justiça – tanto na sede americana quanto na europeia – Guy decide “tirar a prova” de quem é o maior merecedor do anel esmeralda e intimada Hal Jordan a tirarem essa questão à limpo.

Como? Numa luta mano-a-mano, sem os anéis. Naquela época, Hal era retratado como um dos heróis “mais velhos” da DC, já com cabelos grisalhos e mais maduro; Guy era visivelmente mais jovem, forte e ágil que Jordan.

A estratégia de Hal durante a luta é incrível e o resultado improvável acontece: Jordan vence a luta… com um soco!

Uma das melhores HQs do Lanterna Verde, inaugurou o termo “one punch” no universo DC.


Guy Gardner Renasce de Gerard Jones e Joe Staton

Guy Gardner conta com a ajuda de Lobo em Guy Gardner Renasce.

Logo após perder a luta para Hal Jordan em Prize Fight, conforme havia apostado, Guy Gardner é obrigado a entregar seu anel energético para Jordan e se exilar da Tropa dos Lanternas Verdes.

No entanto, longe de se entregar ao fracasso, o cabeça-de-cuia mais amado e odiado dos anos 90 pensa em uma saída brilhante: após a morte de Sinestro… o que aconteceu a seu anel amarelo de anti-matéria?

Guy decide então partir ao planeta de Qward, no universo de antimatéria, para “roubar o túmulo” de Sinestro. Sem armas, sem poderes, sem aliados, o herói em declínio busca um poderoso reforço: Lobo. Para tanto, o ex-Lanterna Verde faz uma promessa mentirosa ao Último Czarniano que passa a encarar as dificuldades da jornada ao lado de Gardner.

Espere um clima de road story recheada de ação e pancadaria que termina com o surgimento de um novo (anti?) herói.

Publicada originalmente em 1992 em três partes, Guy Gardner: Reborn #1-3 foi publicada na íntegra em formatinho em 1995 pela Abril num encadernado único Guy Gardner Renasce e é uma das melhores HQs do Lanterna Verde.


A Cidade da Morte (O Retorno do Superman) de Gerard Jones e M.D. Bright

Gladiador Esmeralda: Hal Jordan em A Cidade da Morte – “Você quebrou meu braço… meu joelho… mas minha força de vontade, você jamais vai tocar!”

Em A Cidade da Morte, Hal Jordan chega a Terra após um longo período de patrulha no espaço a tempo de ver sua cidade natal Coast City transformada na Cidade-Motor pelas mãos do ditador extraterrestre Mongul – com a ajuda do Superciborgue.

O plano de ambos era instalar na Terra um novo “Mundo Bélico” e a cidade natal do guardião esmeralda foi escolhida como o local perfeito.

Sem tempo para luto, o Lanterna Verde parte para o ataque – numa época em que sua poderosa arma possuía fraqueza contra a cor amarela. Como o próprio Hal diz “Adoraria estraçalha-lo com o anel… mas o bastardo é amarelo!”.

À seguir a incrível luta entre Mongul e Hal é uma das sequências que prendiam os leitores nos anos 90 às páginas das HQs: Jordan usando o anel como um reforço físico, gerando uma armadura ou outros acessórios… mas usando a força bruta – incluindo a marreta do Aço – para derrubar Mongul.

Embora toda a participação de Hal no Retorno do Superman mereça estar na lista de melhores HQs do Lanterna Verde, destacamos este trecho por ser, sem dúvida, o mais icônico.

Publicada originalmente em Green Lantern #46 de 1993, a história completa pode ser encontrada em O Retorno do Super-Homem #3 da Abril em formatinho ou em capa dura em A Morte do Superman Volume 2 da Panini.

Confira o vídeo do Sobrecapa aqui.


Crepúsculo Esmeralda de Ron Marz e Darryl Banks

Brutalidade na transformação de Hal Jordan em vilão: Crepúsculo Esmeralda

Lanterna Verde: Crepúsculo Esmeralda foi uma das HQs mais emblemáticas dos anos 90. Escrita por Ron Marz e desenhada por Darryl Banks, ela foi originalmente publicada nos EUA em 1990 nas edições #48 – #50 de Green Lantern.

Aqui no Brasil, a saga foi publicada pela editora Abril em formatinho no especial Crepúsculo Esmeralda (1995), pela editora Panini em Lanterna Verde – Crepúsculo Esmeralda/Novo Amanhecer (2009) e pela Eaglemoss em DC Comics – Coleção de Graphic Novels #30 (2016).

Confira nossa crítica completa aqui.

Após a destruição de Coast City pelas mãos de Mongul e do Superciborgue, Hal Jordan decide usar o poder do anel para se despedir de seus amigos e entes queridos. No entanto, por usar o poder esmeralda em favor próprio, ele é interrompido pelos Guardiões de Oa e convocado para um processo disciplinar.

Cada vez mais furioso e incontrolável com a decisão dos “baixinhos”, Hal se rebela contra ordem e enfrenta um por um dos Lanternas enviados para impedi-lo. Espere uma aventura ao melhor estilo anos 90, com muita violência gráfica, pancadaria e um herói se tornando um vilão.

Para muitos fãs, uma das melhores HQs do Lanterna Verde. Confira aqui o vídeo do Sobrecapa.


Novo Amanhecer de Ron Marz e Darryl Banks

Alex DeWitt termina esquartejada, dentro da geladeira de Kyle Rayner em Entrada Forçada, um dos arcos de Novo Amanhecer.

A sequência de Crespúsculo Esmeralda é a transmissão do legado dos Lanternas Verdes em Novo Amanhecer (Green Lantern: A New Dawn, 1994), também de Ron Marz e Darryl Banks.

O arco se passa ao longo das edições Green Lantern #51 – 54 e inclui as histórias Revide (Rematch!), a revanche de Superman e do Lanterna Verde (agora Kyle Rayner) contra Mongul, depois da briga em O Retorno do Superman;  e Entrada Forçada (Forced Entry), a chocante história em que o Major Força assassina Alex DeWitt, namorada do novo Lanterna Kyle Rayner, colocando-a morta na geladeira de Kyle.

Isso tudo além da nova dinâmica estabelecida por Marz para o Lanterna, agora sem Tropa, sem Guardiões e com aventuras bem diferentes das costumeiras.

O arco, que faz parte da nossa lista de melhores HQs da DC, foi publicado no Brasil em Super-Homem #143 – 145 da Abril em 1996 e pode ser encontrado em DC Comics – Coleção de Graphic Novels #30 de 2016 da Eaglemoss ou em Lanterna Verde – Crepúsculo Esmeralda/Novo Amanhecer – edição capa cartão de 2009 da Panini.

Confira o comparativo do Sobrecapa aqui.


De Volta a Era de Prata de Mark Waid e Tom Peyer

Outra das grandes parcerias do Lanterna Verde em De Volta a Era de Prata: o velocista escarlate, Flash.

Presente nas nossas lista de Melhores HQs do Flash e Melhores HQs da DC Comics a minissérie de Mark Waid e Tom Peyer não podia deixar de estar nas melhores HQs do Lanterna Verde.

Publicada originalmente em 1999 em seis edições e com o título The Flash & Green Lantern: The Brave And The Bold, a aventura acerta em cheio em mostrar um pouco mais da grande amizade entre Hal Jordan e Barry Allen em uma época em que ambos heróis estavam fora da cronologia regular – Barry não havia retornado dos mortos após a Crise e Hal havia se sacrificado como Parallax para reacender o Sol em Noite Final.

Mostrando a força do legado dos Flash & Lanterna Verde – De Volta à Era de Prata foi lançado pela Mythos em um encadernado capa cartão em 2004 com toda a série. Uma parte da HQ foi lançada também no encadernado de 70 anos do Lanterna Verde em 2008 pela Panini, porém de forma incompleta.


Circulo Negro de Judd Winick e Charlie Adlard

A parceria Lanterna Verde – Arqueiro Verde é reeditada em Círculo Negro

Publicada originalmente em 6 partes intercaladas nas revistas Green Arrow #23-25 e Green Lantern #162-164 em 2003, Black Circle: Urban Knights evolui a relação entre Oliver Queen e Kyle Rayner iniciada na HQ do Arqueiro Verde A Busca (leia mais aqui) e reedita a icônica parceria Arqueiro Verde – Lanterna Verde.

Escrita por Judd Winick e ilustrada por Charlie Adlard – que ficou famoso por seu trabalho nas HQs de The Walking Dead – a saga ecoa as aventuras originais de Hal Jordan e Oliver Queen nas mãos de Dennis O’Neil e Neal Adams, apresentando trechos mais “urbanos” e momentos mais “galácticos”.

Um dos pontos altos é a apresentação e primeira aparição de Amon Sur, filho de Abin Sur – hoje conhecido Lanterna da Tropa Sinestro – reivindicando o anel de Rayner para si.

Círculo Negro foi publicada no Brasil em DC Especial #3 – Lanterna Verde pela Panini em 2004.


Origem Secreta de Geoff Johns e Ivan Reis

Capa de Lanterna Verde Origem Secreta com Hal Jordan e Abin Sur
Capa de Origem Secreta: reboot, soft boot ou retcon?

Em 2005 o roteirista Geoff Johns começa a ganhar notoriedade em função de seu trabalho a frente de Hal Jordan como o Espectro e no decorrente Lanterna Verde: Renascimento (não confundir com a fase da editora, bem mais recente).

Graças a isso Johns ganhou carta branca para trabalhar com o personagem e estabelecer sua elogiadíssima runconfira aqui nossa guia completo dessa fase.

Lanterna Verde: Origem Secreta chegou às páginas de Green Lantern #29-35 de 2009, quatro anos depois que Johns assumiu o personagem para realizar algo muito importante: inserir elementos fundamentais para a “saga das cores” na origem do personagem.

Na história temos uma modernização de Amanhecer Esmeralda, recontando a queda da nave de Abin Sur na Terra e a escolha de Hal Jordan como substituto.

Porém, mais do que trazer uma excelente história que já conhecemos no maravilhoso traço de Ivan Reis, Origem Secreta insere a entidade do medo, Parallax, como o responsável pelos danos sofridos por Abin Sur; lança a profecia da Noite Mais Densa e segredos escondidos pelos Guardiões de Oa; e muda radicalmente a personalidade de Hal Jordan, fazendo dele um cara mais juvenil, mais irresponsável e um tantinho mais atormentado pelo acidente que levou a vida de seu pai.

Publicada no Brasil nas mensais Dimensão DC: Lanterna Verde #9-15 de 2008 pela Panini, foi encadernado em capa dura pela editora em Lanterna Verde: Origem Secreta em edições de 2011 e 2019.

É considerada uma das melhores HQs do Lanterna Verde por atualizar sua origem de uma maneira interessante e que amarra toda a construção de Johns à frente do personagem de maneira criativa e brilhante.


Lanterna Verde: Sem Medo de Geoff Johns e Carlos Pacheco

Hector Hammond em Sem Medo: o filme não estava tão longe assim.

Embora toda a run de Geoff Johns à frente do Lanterna Verde seja justamente elogiada, escolhemos alguns dos momentos mais emblemáticos para a lista de melhores HQs do Lanterna Verde.

Em Lanterna Verde: Sem Medo, Johns nos apresenta às primeiras aventuras de Hal Jordan após sua volta em Renascimento.

Coast City, está agora reconstruída – após ter sido a Cidade-Motor de Mongul e do Superciborgue. Porém a população custa a voltar para um lugar que foi alvo de um cataclismo.

Hal Jordan tenta reatar as pontas soltas e perdidas de sua vida, voltando a pilotar e buscando mais os laços humanos de família, amigos e algum relacionamento. Como membro da Tropa, enfrenta velhos conhecidos e novos vilões.

Com um clima misturando ação e aventura, temos vilões como os repaginados Caçadores Cósmicos e novas ameaças como Hector Hammond mostrando, junto com Lanterna Verde: Origem Secreta que o filme do Lanterna Verde (Green Lantern, 2011) é altamente injustiçado!

Publicado originalmente em Green Lantern #1-6 e Green Lantern Corps: Recharge #1-5 de 2005, foi publicado no Brasil em LJA – Liga da Justiça #44-46;48-50 e Superman & Batman #20-23, ambas de 2007. Ainda ganhou o encadernado em capa dura Lanterna Verde: Sem Medo em 2010, com uma segunda edição em 2019, pela Panini.

Confira o comparativo de edições aqui.


Lanterna Verde: A Vingança dos Lanternas Verdes de Geoff Johns e Carlos Pacheco

Mongul mostra que a clemência negra é um toque pessoal em A Vingança dos Lanternas Verdes.

Lanterna Verde: A Vingança dos Lanternas Verdes não precisa de adjetivos. Publicada originalmente em Green Lantern #7-13 de 2006, pode ser encontrada no Brasil em LJA – Liga da Justiça #52-57 de 2007 e no encadernado capa dura homônimo de 2011 e sua segunda edição de 2019 pela Panini. 

Para ser breve e não precisar enaltecer mais uma vez a run de Johns frente ao Lanterna, basta dizer que é nesse arco que o Batman sozinho bate em Hal Jordan – de posse do anel, acordado e em pleno domínio da situação – dando uma lição de humildade nesta versão mais “juvenil” do herói.

Outro ponto alto é a reprise da parceria Lanterna Verde e Arqueiro Verde que se juntam como nos velhos tempos – uma homenagem de Johns à fase de O’Neil e Adams – e enfrentam Mongul e uma plantação de Clemências Negras – uma homenagem a Alan Moore e sua mais icônica história do Superman.

Confira o comparativo de edições aqui.


Eclipse Esmeralda de Peter J. Tomasi e Patrick Gleason

Capa de Dimensão Lanterna Verde #20, com a parte final de Eclipse Esmeralda: aventura nunca republicada no Brasil.

Uma das maldições de Peter Tomasi é sempre se ofuscado pelo escritor do “título principal”. Seja por Grant Morrison durante sua run em Batman e Robin, seja por Geoff Johns na sua run da Tropa dos Lanternas Verdes.

Além disso, essa interessantíssima parte da “saga das cores” – que justamente desenvolve os conceitos criados por Johns – está de fora dos encadernados, sendo menos conhecido do público que não se importa com mensais e afins.

Publicada em 6 partes em Green Lantern Corps #33 -38 de 2009 nos EUA, Emerald Eclipse saiu completa no Brasil em Dimensão DC: Lanterna Verde #19 e 20 em 2010.

Nela vemos Mongul – agora líder inquestionável da Tropa Sinestro – se apropriar de Daxam e estabelecer seu reinado.

Depois deste ponto de partida, acompanhamos a forma hábil com que Tomasi estabelece várias frentes narrativas – com Guy Gardner e Kyle Rayner interagindo com Soranik Natu; Sodam Yat aparecendo pela primeira vez e se alistando na Tropa, fugindo de um Daxam sitiado; Sinestro voltando para uma conversa com sua filha; Arkillo disputando o poder de Mongul… espere por um arco extremamente “cheio”, como uma narrativa de uma Tropa deve ser: com muitas frente de ação e batalha.

A história se aprofunda e se desenrola com presença de Lanternas Vermelhos, Larfleeze, Lanternas Alfa, a Lanterna Negra e Scar e muito mais. Se a run de Johns é tão elogiada, é porque Tomasi povoou o universo por ele criado, gerando história críveis e expandindo conceitos como podemos ver nesta que é uma das melhores HQs do Lanterna Verde.


Olho por Olho de Peter J. Tomasi

Olho por Olho é outra aventura nunca republicada no Brasil além das mensais.

Olho por Olho é outra das “aventuras cotidianas” de Peter Tomasi que mostram o dia-a-dia mais “policial” da Tropa dos Lanternas Verdes, contribuindo com a mitologia lançada por Geoff Johns e enriquecendo este universo – confira nosso guia completo aqui.

Publicada no Brasil em Dimensão DC: Lanterna Verde #13-14 de 2009, Eye of the Beholder saiu originalmente em Green Lantern Corps #27-28 de 2005.

Na aventura, o clima de “várias frentes” é usado mais uma vez e, enquanto acompanhamos Guy Gardner reabrindo o Warrior’s, desta vez na Cidadela, vemos Kyle Rayner tendo problemas: parentes de Lanternas Verdes começam a ser atacados, tendo seus olhos arrancados por um misterioso criminoso. Enquanto isso, Scar – a guardiã caída – convoca Saarek para uma missão que funciona como prelúdio para A Noite Mais Densa.

A versatilidade e possibilidades em tratar a Tropa como uma força intergalática de fato, faz dessa uma das melhores HQs do Lanterna Verde.


Lanterna Verde Terra Um de Corinna Bechko e Gabriel Hardman

Lanterna Verde Terra Um Kilowog
Kilowog é bastante diferente de sua versão canônica em Lanterna Verde Terra Um

Lanterna Verde Terra Um é a quinta HQ do universo Terra Um da DC Comics, que já estrelou Batman, Superman, Mulher-Maravilha e Titãs e traz uma reinterpretação muito interessante do herói esmeralda. Confira aqui nossa review completa do volume I.

Com uma pegada mais sci-fi, a HQ tem um clima de grandes produções cinematográfica do gênero, entre Alien, o Oitavo Passeiro (Alien, 1979), Star Wars e Planeta dos Macacos.

Na trama, Harold Jordan é tripulante de um cargueiro da Ferris Galáctica em expedição mineradora e toma contato com uma nave desconhecida durante essa expedição. Ali, alguns eventos assustadores irão fazer com que “Hal” Jordan tome contato com o anel energético.

Pra quem gosta de um Jordan menos juvenil e heróico e de histórias mais soturnas e com suspense, Lanterna Verde Terra Um é uma excelente pedida. Revisite um universo conhecido com uma cara completamente nova e inesperada, com uma qualidade gráfica altíssima e um roteiro muito bem amarrado, o que garante lugar para ela na lista de melhores HQs do Lanterna Verde.


Areias Esmeralda de Grant Morrison e Liam Sharp

Um conto de fantasia na run de Grant Morrison, com a linda arte de Liam Sharp: Areias Esmeralda é uma viagem no mundo do anel esmeralda.

A run de Grant Morrison no Lanterna Verde, ao lado do excepcional Liam Sharp não tem outro adjetivo senão incrível. Se você achou ela maluca e incompreensível demais, pare, leia novamente e depois leia uma terceira vez.

Morrison decide ousar no conceito sci-fi e imaginar alienígenas com comportamentos, portes físicos e poderes muito além dos humanóides. Além disso, ele não entrega explicações como “papinha na colher”… se você é um leitor preguiçoso, esta série não é para você!

O melhor exemplo disso está em Emerald Sands, publicada em Green Lantern #7 de 2019 nos EUA, em que Hal Jordan vaga por um deserto esmeralda, num “planeta” povoado por seres dominados pelo mago Myrwhydden.

Anelenger, uma garota-bruxa, encontra o andarilho Jordan enquanto foge da guarda do mago e passa a contar com a ajuda do herói.

O clima é todo uma mistura de O Cristal Encantando, História Sem Fim e Labirinto, até que finalmente, até os leitores menos atentos percebam que Jordan está dentro de seu próprio anel (Anelenger… anel energético… sacou?).

Publicada em Universo DC: Lanterna Verde #4 em 2020 pela Panini, Areias Esmeralda mostra o grau de inventividade e criatividade que Morrison injeta no personagem, ao lado de ilustrações incríveis de Liam Sharp.

Sem dúvida uma das melhores HQs do Lanterna Verde.


Bônus – O Universo do Cavaleiro das Trevas Apresenta: Lanterna Verde de Frank Miller, Brian Azzarello e John Romita Jr.

Hal Jordan tem sua mão decepada em O Cavaleiro das Trevas III: A Raça Superior.

Esta história é uma das subtramas de O Cavaleiro das Trevas III: A Raça Superior (Dark Knight III: The Master Race, 2016) – confira nossa playlist da saga aqui.

Ela tem início na miniHQ The Dark Knight Universe Presents: Green Lantern #1, encartada junto do número 3 de DKIII tanto nos EUA quanto no Brasil em 2016 e está também no encadernado capa dura O Cavaleiro das Trevas III: A Raça Superior de 2019 da Panini.

Nela vemos o Lanterna Verde Hal Jordan lembrando de sua infância em uma casa de fazenda, rememorando tudo o que faz dele um herói. Seu percurso de vida até o momento em que é interpelado – enquanto sobrevoa o Saara – por três kryptonianas.

Surpreso, o herói tem sua mão amputada pela visão de calor de uma das vilãs, que abandona Hal, sangrando, no meio do deserto.

A sequência para estes acontecimentos acontecem nas páginas de DKIII e vemos Hal, com curativos improvisados, buscando algo no deserto. Sem precisar descrever, Brian Azzarello mostra, através da arte de John Romita Jr. e Frank Miller a pura força de vontade de Jordan.

Ferido de uma forma praticamente mortal, o guardião esmeralda enfrenta o deserto e mais: quando encontra sua mão amputada sob a areia, controla o anel à distância – tamanhas a intimidade com a arma e a sua força de vontade.

Esta é sem dúvida uma das melhores HQs do Lanterna Verde, muito embora nela ele não seja um dos elementos principais. Para os fãs do personagem, no entanto, reflete tudo o que faz de Hal Jordan um dos maiores membros da Tropa dos Lanternas Verdes.


Curtiu a nossa lista?

Faltou alguma história que seja uma das melhores HQs do Lanterna Verde para você?

Se você curtiu a nossa lista, não deixe de conferir também a playlist de vídeos do Sobrecapa sobre o Lanterna Verde aqui.


Créditos:

Texto: Alexandre Baptista e Lucas Souza
Imagens: Reprodução/ Guia dos Quadrinhos
Edição: Alexandre Baptista

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