A Grande Mentira (The Good Liar) | |
Ano: 2019 | Distribuição: Warner Bros. |
Estreia: 21 de Novembro (Brasil) |
Direção: Bill Condon Roteiro: Jeffrey Hatcher (roteiro); Nicholas Searle (baseado no romance de) |
Duração: 109 Minutos |
Elenco: Helen Mirren, Ian McKellen, Jim Carter, Russell Tovey |
Sinopse: Em um jogo de gato e rato, o golpista Roy Courtnay (Ian McKellen) não resiste aplicar seu golpe mais uma vez quando conhece a recém-viúva Betty McLeish (Helen Mirren) online. Porém, à medida em que a mulher abre sua casa e sua vida para o vigarista, ele se surpreende quando começa a se importar com ela.
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A Grande Mentira: passeio de Helen Mirren e Ian McKellen é vazio e previsível
Longa que estreia nesta quinta-feira, 21 de novembro, mostra a grande qualidade do elenco e nada mais
por Alexandre Baptista
A Grande Mentira tem uma premissa interessante, apesar de batida em Hollywood: a do trapaceiro, o con artist, o vigarista que dá golpes de longo percurso. Muitos bons filmes foram feitos com esse tema, nos EUA e fora dele, como O Talentoso Ripley (The Talented Mr. Ripley, 1999) e O Retorno do Talentoso Ripley (Ripley’s Game, 2002), Match Point (2005), Revólver (Revolver, 2005) e outros. Alguns deles mesclavam também a troca de identidades, como Sommersby: O Retorno de Um Estranho (Sommersby, 1993), por exemplo.
O longa de Bill Condon infelizmente se perde em um roteiro extremamente previsível e uma direção competente, mas burocrática demais; uma edição sem ritmo, apesar da bela fotografia.
O elenco primoroso, com Ian McKellen desfilando em seu Roy Courtnay e Helen Mirren soberba com sua velhinha inocente, simpática e extremamente manipulável, Betty McLeish, até sustenta grande parte do filme. Jim Carter como Vincent e Russell Tovey como Stephen também ajudam bastante, em contrapontos bastante críveis à dupla principal.
A trilha sonora também contribui fazendo bonito em sua parte. Clássica, elegante, sem nada inovador, mas extremamente competente e tentando fazer pelo filme o que a edição e o ritmo não fazem.
No entanto, o longa que até aqui era apenas previsível – certas reviravoltas importantes têm um prenúncio já na cena inicial -, sofre um acidente de percurso gigantesco em seus minutos finais.
Na ânsia de adicionar elementos imprevisíveis ao desfecho da história, o roteiro faz um uso extremamente grotesco do deus ex-machina, inserindo elementos extremamente forçados e mirabolantes, numa necessidade de conectar tudo, que simplesmente não funciona.
A tentativa é de deslumbrar a audiência; o efeito é provocar o asco. Espectadores que estavam preparados a ser condescendentes com o longa, graças à presença de sir Ian ou de dame Helen, instantaneamente torcem o nariz. É praticamente um insulto e uma das reviravoltas mais preguiçosas que pode ser executada.
O longa ainda se encerra com uma cena que pretende ser metafórica e a frase “Cuidado. É mais profundo do que parece”, talvez em uma tentativa de justificar a forma atabalhoada como o longa toca certos assuntos. Desnecessário. Como sempre, volto na frase de Ludwig Mies van der Rohe, “menos é mais”. Talvez se o filme tivesse pretensões menores, acertasse em contar uma história divertida.
Outro detalhe que abala a qualidade geral do longa é a falta de correção quanto ao aspecto jurídico – fato levantado por um colega jornalista e jurista -, e os aspectos psicológicos do personagem de McKellen, que titubeia demais para um sociopata, mas ao mesmo tempo é por demais desprovido de compaixão para ser apenas um vigarista.
De maneira geral, A Grande Mentira perde a chance de transformar uma ótima premissa, com um excelente elenco e locações maravilhosas em um grande filme. Realmente uma pena.
Avaliação: Regular
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