A estreia de Jonah Hex por John Albano – Baú de HQs

Em 21 de Jul de 2020 • 5 minutos de leitura
A estreia de Jonah Hex por John Albano Wall

A estreia de Jonah Hex por John Albano e Tony DeZuñiga em suas primeiras histórias é um presente para os fãs do pistoleiro deformado mais assustador do velho oeste.

O personagem da DC Comics, que chegou inclusive a aparecer no seriado Legends of Tomorrow, foi criado em 1972 e se tornou um sucesso instantâneo – tanto que o antigo título All Star Western onde Hex apareceu pela primeira vez na décima edição mudou de nome no décimo terceiro número e passou a se chamar Weird Western Tales para fazer referência ao personagem.

As primeiras histórias com a estreia de Jonah Hex por John Albano e Tony DeZuñiga foram publicadas no Brasil em duas oportunidades. A primeira ainda pela Ebal na antiga publicação Reis do Faroeste em Cores, que teve em seu oitavo número de 1973 a estreia do pistoleiro da DC Comics.

Se essa publicação te parece inacessível, por questões de preço e data de publicação, a sua outra opção é a incrível coletânea Jonah Hex Showcase publicada pela editora Opera Graphica em 2006. A coletânea traz as 22 primeiras histórias de Hex – a grande maioria assinada pela dupla criadora John Albano e Tony DeZuñiga.

 

As primeiras histórias na estreia de Jonah Hex por John Albano e Tony DeZuñiga foram publicadas em preto e branco na coletânea Jonah Hex Showcase

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Por que a estreia de Jonah Hex por John Albano e Tony DeZuñiga e suas primeiras histórias são relevantes?

Sejamos honestos: dificilmente as primeiras histórias de um personagem novo são realmente boas. O autor ainda está formando o personagem, entendendo o ritmo da trama, colhendo feedbacks e se aperfeiçoando. É normal que vejamos as primeiras histórias de um personagem mais como uma curiosidade do que como uma grande obra.

Mas não é isso que acontece com a estreia de Jonah Hex por John Albano e Tony DeZuñiga. Me arrisco a dizer que são esses primórdios do personagem que trazem as melhores histórias (perdendo talvez para a fase de Jimmy Palmioti em meados dos anos 2000). 

O pistoleiro assustador já estava formado desde as suas primeiras histórias – e temos a sensação de que boa parte de seu passado também. Apesar de a cicatriz de Hex, marca registrada, não ser explicada até a história A Marca do Demônio da publicação americana Jonah Hex #7 – #8  de 1978 – no Brasil em Os Reis do Faroeste #16 -, a história do uso do casaco confederado é muito bem explorada nas 22 primeiras edições.

O bacana é vermos que o pistoleiro já é o solitário caçador de recompensas desde a primeira edição e é mais interessante ainda percebermos que a estreia de Jonah Hex por John Albano e Tony DeZuñiga não tem medo de abordar temas como ódio aos índios, rancheiros cruéis, empresas ferroviárias desonestas, vingança e até (pasmem) o voto feminino. Vale lembrar que 22 primeiras as histórias foram publicadas entre 1972 e 1976.

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O rosto do pistoleiro vira sua marca registrada já na estreia de Jonah Hex por John Albano e Tony DeZuñiga

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As primeiras histórias e a estreia de Jonah Hex por John Albano e Tony DeZuñiga vão além de um apanhado de contos que mostra a moral e a versatilidade do pistoleiro. Já nessas 22 primeiras edições temos um mistério: Um homem com uma bengala chamativa (só a bengala aparece, nunca o homem) quer Hex morto a todo custo.

Essa trama vai se desenvolvendo em plano de fundo até ganhar os holofotes e ajudar a explicar a roupa de guerra sulista do caçador de recompensas. Vale ressaltar que algumas edições (dessas 22 iniciais) tiveram roteiro de Denny O´Neil, Michel Fleisher e Robert Kanigher.

A ansiedade de conhecer o trágico passado de Hex somado a fluidez das tramas faz com que a leitura seja extremamente prazerosa e rápida. Nos pegamos virando a página ansiosos pelos desfechos onde Hex, normalmente, dava ingestão de chumbo aos “homens malvados”.

O bacana é que a trama deixa espaço (e muito) para tristezas e injustiças – apesar dos esforços de Jonah. O destino da viúva que tenta atravessar o pântano para desviar de um pedágio abusivo na estrada em Jogo Aberto com o Homem Pêndulo (Weird Western Tales #25) é um ótimo exemplo de como as coisas nem sempre terminavam bem para as pessoas honestas. 

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A fama de durão de Hex faz com que os seus opositores sejam mais cuidadosos já nas primeiras histórias e estreia de Jonah Hex por John Albano e Tony DeZuñiga

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Histórias bem pensadas com uma ambientação realista e tramas simples (mas bem pensadas) são exatamente o que você pode esperar das HQs com as primeiras histórias e a estreia de Jonah Hex por John Albano e Tony DeZuñiga.

É uma ótima oportunidade de ver que o personagem, quando bem trabalhado, mantém sempre a mesma essência pé no chão – esqueça o trágico filme de 2010! Para os afortunados que conseguirem a HQ da Ebal Reis do Faroeste ou Jonah Hex Showcase da Opera Graphica, a leitura da fase vai valer muito a pena e te deixar com a sensação de que o personagem merecia um tratamento melhor no Brasil!

Quem sabe um dia…

Quer conferir outras obras de Faroeste? Confira nossas matérias sobre as HQ´s Brasileiras Trilogia Gatilho e The Few And The Cursed e não deixe de ver nossa opinião sobre a coleção Tex da Salvat!

 


Créditos:
Texto: Lucas Souza
Edição: Alexandre Baptista
Imagens: Reprodução

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